Michel Bastos encheu o pé esquerdo e deixou Talavera sem reação. Depois, correu alucinado para fora do campo de jogo e batia no braço direito repetidas vezes. Ao mesmo tempo, gritava até se ajoelhar no símbolo do São Paulo no Morumbi. Era a festa pelo gol que abriu os 4 a 0 sobre o Toluca nesta quinta-feira, no jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores. Era o início da noite de redenção para os protagonistas da goleada tricolor.
A partida já passava dos 27 minutos quando Michel completou o arremesso lateral cobrado por Bruno e inaugurou o placar. Até ali, o São Paulo já havia criado mais de uma dezena de chances claras e via os mexicanos sofrerem para trocar dois passes e cruzar o meio de campo. O massacre era técnico e de espírito, mas custava a ser transformado em gols, algo que tem incomodado ao técnico Edgardo Bauza desde o início da temporada.
Leia mais:
River Plate joga mal e leva 2 a 0 do Independiente del Valle no Equador
Rui Costa mostra confiança e diz que Grêmio tem condições de buscar vaga
Bolzan teve crise de pressão alta antes de Grêmio x Rosario Central
É preciso lembrar que os paulistas não puderam contar seu artilheiro, Calleri, suspenso. E que o reserva imediato, Alan Kardec, ficara no banco, baleado por uma virose. Grande desconfiança sobre as costas de Centurión. Assim como Michel Bastos, o argentino sofreu com perseguição da torcida neste ano, a ponto de ser o único vaiado no anúncio da escalação nesta quinta. Como de costume, Bauza deu de ombros e manteve suas convicções.
Foi aos 45 minutos da etapa inicial que o Morumbi se assustou. O camisa 20, que não marcava há sete meses, invadiu a área e soltou um balaço no ângulo superior esquerdo de Talavera. Um gol mágico, que fez o estádio tremer e a torcida gargalhar com a necessidade de admitir a precipitação das cornetas contra o treinador. O cenário se repetiria aos 16 minutos do segundo tempo, em oportunismo de Centurión, autor de quatro gols nos seis jogos em que fez improvisado como centroavante no Tricolor.
Antes, ao sete, a festa dos renegados, de quem não se encontrava em 2016, teve a entrada de Thiago Mendes no baile. E que baile no Morumbi, novamente com o maior público do ano no Brasil (mais de 53 mil presentes). O volante recebeu de Michel, tabelou com Ganso e recebeu passe incrível para ajeitar e bater de direita, no canto esquerdo baixo. Um primor de jogada coletiva, com o brilho de um camisa 10 cada vez mais participativo na temporada, com cinco assistências.
Com a goleada emplacada, coube à torcida conduzir o ritmo do espetáculo. Vaias para os toques mexicanos, gritos de olé nos passes tricolores e xingamentos contra a arbitragem. Um 4 a 0 qualquer já daria confiança. Em mata-mata, ainda mais. E contra uma das sensações da primeira fase, nem se fala. Uma vantagem larga para viajar ao México com calma e defender a classificação às quartas de final.
*LANCEPRESS