Não acabou. O superclássico da Argentina por vaga nas quartas de final da Libertadores teve só meio tempo. Na volta do intervalo, jogadores do River Plate foram atingidos por spray de pimenta no túnel inflável. Depois de mais de uma hora de espera, o jogo foi suspenso.
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Depois de um 0 a 0 no primeiro tempo com chegadas firmes e cinco cartões amarelos, Boca e River Plate foram para o vestiário da Bombonera. Os técnicos Marcelo Gallardo e Rodolfo Arruaberrena deram as ordens e orientaram os times para o último tempo da decisão - o River tinha vantagem de 1 a 0 do jogo de ida.
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Só que não teve mais jogo. Do lado de trás da grade, torcedores do Boca, como flagraram as câmeras de TV atiraram gás de pimenta nos jogadores do rival. Estava armada a confusão.
O meia Ponzio, o zagueiro Ramiro Funes Mori, o lateral-esquerdo Vangioni e o volante Kranevitter foram os mais atingidos. Ponzio entrou em campo com a camisa no rosto e com forte irritação nos olhos. Os médicos o orientaram a atirar água, para amenizar os efeitos do spray. Funes Mori ficou com marcas avermelhadas nas costas. Vangioni passou o tempo inteiro no reservado com uma toalha na cabeça.
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Posicionados no meio do gramado, alguns deles com efeitos do spray, os jogadores do River esperavam por uma solução. Os do Boca, do lado oposto, assistiam. A Polícia Federal Argentina, que dá segurança no estádio, recolheu as camisetas dos atingidos para periciar. Fez fotos com elas estiradas no gramado e as levou para exame. Era perceptível o clima de tensão e o receio de reação violenta da torcida e do Boca, exclusiva no estádio.
- É lamentável o que fizeram com o espetáculo - desabafou Gallardo.
Depois de várias reuniões entre delegado do jogo, o árbitro argentino Darío Herrera e as forças de segurança, o jogo foi suspenso. Os jogadores do River, porém, ficaram mais meia hora em campo, com receio de usar o túnel. O artigo 15.2 da Libertadores diz que, em caso de algum acontecimento que fuja ao controle do trio de arbitragem, esse deve esperar por 45 minutos uma solução. Caso não a encontre, deve suspender a partida.
O superclássico argentino segue no gabinetes da Associação de Futebol Argentino e da Conmebol. Caso a partida seja remarcada, há problemas de datas. Não pode ser disputada no fim de semana porque o futebol argentino está suspenso no país, pela morte do jogador Emanuel Ortega, do San Martin de Burzaco - ele morreu na quinta-feira depois de 11 dias internado com traumatismo craniano sofrido ao bater a cabeça contra um muro do estádio durante um jogo pela quarta divisão.
Em gráfico, veja os incidentes na Bombonera:
*Zero Hora