As agressões de integrantes da organizada Mancha Alviverde a jogadores do Palmeiras no Aeroporto de Buenos Aires, na manhã desta quinta-feira, fizeram o presidente do clube, Paulo Nobre, prometer agir com pulso firme daqui para a frente. O dirigente informou que não vai mais dialogar com a torcida organizada se os baderneiros não forem identificados e expulsos.
- Se quiserem voltar a ter um diálogo com essa presidência, as organizadas devem identificar as pessoas que cometeram esse ato de vandalismo e expulsá-los. Que eles sejam expulsos da torcida e entregues à polícia.- disse Nobre.
Ele admitiu que o clube concedia algumas regalias aos uniformizados, mas avisa que isso não continuará acontecendo.
- O que o Palmeiras fazia de bom ao torcedor? Em jogos em São Paulo, vendíamos ingresso. Nos de fora, eu deixei claro a eles que não era função do clube financiar a organizada. Eles queriam as viagens pagas por nós, eu disse que não era nossa responsabilidade e que, se eles conseguissem a viagem, eu forneceria o ingresso. O Palmeiras dava ingressos ao torcedor - avisou.
O dirigente disse que o respeito ao torcedor não significa fazer do clube um refém.
- Neste jogo, tínhamos 100 ingressos que o Tigre deu e foi suficiente para atender à torcida. O fato de respeitarmos todo tipo de torcedor não faz o clube refém. Até que alguma medida seja tomada por parte das organizadas, essas regalias estão cortadas - acrescentou.
Paulo Nobre não acredita que o caso vá causar as saídas de Valdivia, principal alvo dos revoltados, e Fernando Prass, que acabou se ferindo em meio à confusão.
- Nenhum falou que quer sair. Falei com o Prass e ele não está satisfeito, mas é profissional e tenho certeza de que vai continuar defendendo o Palmeiras com o mesmo afinco de sempre. Falei com o Valdivia também. Quando ele comete indisciplina tem de ser punido, sem regalias, mas quando tem atitudes como as que tem nesse ano, tem de ser elogiado. Todo mundo dizia que no Carnaval ele iria para bloco, mas ele ficou se tratando, foi aos jogos, está tendo atitude exemplar em campo. É inegável e qualidade dele quando está motivado como neste ano - disse.
O dirigente admitiu que o atacante acirrou os ânimos ao fazer gestos obscenos para a torcida durante o aquecimento no gramado, quando estava sendo chamado de vagabundo, mas se colocou totalmente ao lado do atleta.
- Ele tem total apoio da diretoria e não tem sangue de barata. Antes do jogo ele foi xingado, é um ser humano. Mas não pode responder à torcida, tem de ser frio. Eram torcedores que sempre têm esse tipo de atitude contra ele. Ele pode ter trocado xingamentos ou gestos, não apoio isso, mas não justifica o que a torcida fez. E Valdivia tem 100% de apoio de nós por tudo que demonstra nesse ano.