Ninguém fez mais pontos e gols, ninguém chutou mais, teve mais chances claras, trocou mais passes, evitou que o adversário tabelasse do que o Inter pós-Roger Machado no Brasileirão. Desde a mudança de técnico, mesmo pegando o início turbulento, o Colorado se impôs de tal maneira que, neste recorte, seria líder.
E, neste domingo, a equipe com índices tão altos fará sua penúltima partida diante da torcida em 2024. Às 16h, recebe o Bragantino pela 35ª rodada, em busca de consolidação definitiva entre os classificados para a Libertadores 2025 direto para a fase de grupos.
São 21 jogos de Roger pelo Inter neste Brasileirão. Do início, com a derrota para o Botafogo no Rio, até a rodada passada, vitória, também no Rio, sobre o Vasco, o aproveitamento é 68%.
Nesta fatia da competição, o levantamento do Data ESPN aponta que a equipe lidera quesitos que têm a ver com resultados, como pontos (43) e vitórias (12), entre os demais concorrentes. Mas são os dados sobre desempenho que chamam a atenção.
O Inter é o time que mais fez gols, 35, tendo criado o suficiente para marcar 37. Esse dado é calculado a partir da soma dos índices de cada chance.
O xG (gols esperados, em inglês) é a métrica usada para avaliar o nível das finalizações. Quanto mais clara a chance, maior o xG. A equipe também lidera em toques na área do adversário. Ou seja, todas as vezes que algum jogador do Inter teve contato com a bola dentro da área.
A criação está estampada em outro dado. O Inter, desde que está com Roger, trocou mais de 9,1 mil passes. Desses, mais de 1 mil foram para a frente. O que mostra um controle sobre o adversário e a agressividade.
Essa agressividade ainda está presente em outras estatísticas. O time lidera as recuperações de posse e a velocidade como faz isso. Segundo a Data ESPN, o Inter só permite, em média, nove passes dos adversários. No décimo, recupera a bola.
— Aqui está o segredo do Inter. Os números são equilibrados ofensiva e defensivamente. Ele lidera índices em todas as fases do jogo — explica Caio Alves, analista de dados do Data ESPN.
Para ele, esse dado da recuperação de bola (o PPDA, na sigla em inglês para passes permitidos antes de ter novamente a posse) é um dos mais reveladores. A média do futebol brasileiro oscila entre 11 e 13.
— Considero que, a partir do 11º passe, o time precisa mudar a chave para a defesa, organizar os jogadores. O Inter manter esse número em nove mostra que é uma equipe dominante — amplia Caio.
Roger já tinha dado sinalizações sobre essas estatísticas na entrevista após a vitória sobre o Vasco. Em sua visão, elas mostram que as vitórias e a série de 15 jogos de invencibilidade estão sendo acompanhadas de desempenho:
— Ao final da palestra para o jogo, colocamos alguns dados que salientam que, entre as variáveis competitivas do jogo, se não somos primeiro, somos segundo ou terceiro. Que não foi o acaso, foi o trabalho.
Neste domingo, a série será posta à prova mais uma vez. Contra o Bragantino, o Inter espera o maior público do ano no Beira-Rio.
Com nova vitória, encaminha definitivamente uma vaga na fase de grupos da Libertadores e, possivelmente, manterá aquele 1% de esperança em título. Entará em campo já sabendo os resultados dos concorrentes diretos.
Para este jogo, Roger deve ter os retornos de Bruno Gomes e Bernabei, que cumpriram suspensão, e de Thiago Maia, que se recupera de um desconforto muscular. No Bragantino, o momento é de desespero. A equipe está na 18ª posição, às portas do rebaixamento.