O jogo de domingo (1º) marcará a volta de Enner Valencia ao time titular do Inter após quase dois meses. Contra o Flamengo, o centroavante substituirá Borré, que levou o terceiro amarelo diante do Bragantino na rodada passada. Será, recém, a nona partida do equatoriano entre os 11 iniciais no Brasileirão. É uma tentativa de recuperar uma temporada bastante acidentada e criar uma nova expectativa para 2025.
Na sequência invicta da equipe, Valencia esteve presente em 15 dos 16 jogos (estava ausente contra o Fortaleza, servindo a seleção). Mas só foi titular em dois, contra Vitória e Corinthians. Nas demais 13 partidas, nunca chegou a meia hora em campo. Os duelos em que mais atuou foram contra Cruzeiro e Juventude, ambos fora, com 26 minutos. Nesse período de invencibilidade, marcou dois gols, um diante do Bragantino e outro contra o Flamengo. Ambos foram decisivos para garantir um ponto em cada partida e manter a série sem derrota.
Na partida do último domingo (24), Valencia desperdiçou uma chance ao cabecear na trave um cruzamento, a poucos metros da meta, mas também foi importante no quarto gol, quando achou Wesley no início do ataque. É esse protagonismo que o Inter espera do camisa 13, contratado com pompa no ano passado, mas que vem sofrendo com altos e baixos. Em 2023, ele foi responsável direto por fazer o time chegar às semifinais da Libertadores. Mas nessa fase da competição, acabou marcado pelos gols perdidos contra o Fluminense. Em 2024, sofreu uma lesão no Gre-Nal do Gauchão e não teve a recuperação adequada.
Os problemas se agravaram na Copa América, quando às questões físicas se juntaram a aspectos emocionais. Pessoas próximas ao atacante atestam que ele sentiu o pênalti na trave contra a Argentina, que poderia ter classificado a seleção de seu país. Chegou a ser vaiado no Inter, no momento da eliminação da Copa do Brasil. Mas, em uma campanha da torcida, voltou a ser incentivado.
A nova atitude deu resultado. Valencia, mesmo reserva, tem entrado melhor do que antes. E refletiu-se no Equador. Na última data Fifa, marcou dois gols e deu duas assistências nas duas vitórias da seleção, 4 a 0 sobre a Venezuela e 1 a 0 em cima da Colômbia. Diante da equipe de Borré, aliás, foi brilhante, fazendo um gol após arrancar e deixar para trás toda a defesa adversária. Sua atitude foi elogiada. Ao comemorar a vitória com o goleiro Galíndez, desabafou:
— Fizemos história. E merecemos.
Em entrevista depois, ampliou:
— Algumas pessoas viveram a seleção e sabem como funciona. Então nos surpreende que falem certas coisas ao microfone. Mas estou feliz pelos companheiros e pelo nosso esforço.
Sua atitude recebeu elogios no país, como o do presidente da Liga de Futebol do Equador, Miguel Ángel Loor:
— Valencia sempre será lembrado como uma glória do futebol sul-americano.
O Valencia da seleção equatoriana é o atacante que o Inter deseja ter no Maracanã. Roger afirmou que o jogador está mais confiante depois dos bons desempenhos pela seleção, que o fizeram inclusive entrar na equipe ideal da data Fifa, segundo a Conmebol. E se mentalmente o jogador cresceu, pode achar no Rio um cenário interessante para voltar a aparecer:
— Valencia está bem, como normalmente é a conduta dele, muito correta, muito trabalhador. Ele tem como virtude a busca por profundidades. É um jogo que vamos fazer fora, que privilegia jogadores desse perfil. Vamos aproximar nosso jogo da característica do Valencia, e ele tem procurado também aproximar o nosso jogo, de fazer um jogo apoiado e avançar com mais gente no campo adversário.
Para o Inter, as últimas impressões de 2024 são importantes para Valencia instalar alguma dúvida na cabeça de Roger para 2025, sobre atuar ao mesmo tempo com Borré.
Valencia no Brasileirão
- 21 jogos
- 8 titular
- 35 minutos por jogo
- 2 gols
Última vez que foi titular
- 5/10 — 2x2 Corinthians