Wesley chegou discreto ao Inter e hoje virou protagonista de um time invicto há 16 jogos e que segue vivo na luta pelo título do Brasileirão. Menos badalado do que os gringos Borré, Valencia e Alario, o camisa 21 ganhou seu espaço de titular em função do alto desempenho atrelado a gols. O atacante recebeu a reportagem do site ge.globo e da RBS TV para uma entrevista exclusiva após o treino de quinta-feira, no CT Parque Gigante. Falou sobre a boa fase, a projeção para os jogos finais da temporada e o trabalho de Roger. Wesley credita o atual momento à chegada do treinador, que mudou seu posicionamento em campo.
Com 10 gols na Série A, tem dois a menos do que Estêvão, do Palmeiras, que lidera a lista de goleadores. Os números e o desempenho já são motivos suficientes para Wesley comemorar a volta por cima, após um período em baixa no Cruzeiro. Mas ainda pode melhorar. Amparado na sequência de 16 jogos de invencibilidade, ele vê o Inter menos pressionado do que os rivais na briga pelo título e confia na possibilidade de ser campeão.
Confira trechos da entrevista
Você chegou como aposta e virou protagonista do Inter. Imaginava ter esse desempenho?
Imaginava. Sei da qualidade do meu trabalho. Apesar de vir de uma temporada não tão boa, mas vim com o intuito de ajudar o Inter. Admito que não da maneira e com o impacto que está sendo, mas tinha certeza que teria uma nova oportunidade de mostrar um bom futebol.
Você tem mais que o dobro de gols de seus melhores anos. A que atribui essa fase artilheira?
Acho que a chegada da comissão técnica. O Roger viu ali um potencial diferente, que eu poderia estar mais próximo do gol para fazer mais gols. Eu estava falando que a matemática é simples, né? Quanto mais próximo do objetivo você está, maior a probabilidade de finalizar. Consequentemente, marcando mais. O Roger e a sua comissão me ajudam bastante. É comprar a ideia, ver que eles estão ali dispostos a ajudar. Estar com humildade e peito aberto para absorver as informações e trabalhar. Dia a dia, repetição. Quanto mais você repete, mais perto fica do sucesso.
O que o Roger pediu que te ajudou?
Às vezes, ele passa a noite vendo jogo e até brincamos: "Pô, não tem o que fazer, cara?" Ele fala que viu o jogo cinco, seis vezes. É um cara inteligente, que está sempre estudando para poder dar o mapa dos jogos para estarmos o mais próximo possível de fazer o nosso melhor no campo. É questão de posicionamento. Tinham vezes que a jogada desenrolava de uma forma e eu imaginava outra. Ele me dá um mapa de posicionamento, como conseguir realizar a jogada. Quando isso acontece, você coloca na cabeça que tem de estar em determinado local. Ele sempre nos dá o caminho. Estou de peito aberto para poder absorver todas as informações e evoluir.
Ele me dá um mapa de posicionamento, como conseguir realizar a jogada
Você está a dois gols da artilharia do Brasileirão.
Eu tive um tempo que fiquei sem marcar. Tinha uma cobrança interna para marcar novamente. O gol é consequência de uma boa partida. Acho que, se você faz grandes jogos, provavelmente estará mais próximo de marcar. Temos ainda três jogos. O artilheiro está com 12. Se eu fizer um gol a cada jogo, acho que eu consigo chegar. Vamos tentar, se apegar em fazer grandes jogos. O gol será consequência.
O gol é consequência de uma boa partida. Acho que, se você faz grandes jogos, provavelmente estará mais próximo de marcar.
E como surgiu a dança nas comemorações?
Não vou dar 100% da informação, mas é uma resenha ali com os gringos. Tem uma música brasileira que colocamos no vestiário e eles curtiram pra caramba. Então, quando eu fiz o gol, chamei o Borré para comemorar. Foi isso aí, mas a música não vou revelar (risos).
O Inter chegou a ficar 12 jogos sem vencer e agora está invicto há 16. O que mudou entre um momento e outro?
Preciso valorizar a importância de todos que se envolveram, que trabalharam para voltarmos o mais rápido para casa. Sabemos as dificuldades que tivemos no Estado. Sofremos com a perda do nosso centro de treinamentos e do estádio, passamos bastante tempo fora. Temos de agradecer ao presidente e a todos que trabalharam. Até o cara que estava limpando para a gente voltar mais rápido e estar sempre tranquilo para poder desenvolver o bom futebol.
Essa sequência faz o Inter chegar nos jogos finais do Brasileiro com chance de título. Como essa possibilidade é tratada no vestiário?
Quanto se tem chance, você precisa acreditar. Entramos sem responsabilidade nenhuma, ficamos 16 jogos sem perder. Ainda mais no Brasileirão, que é bastante disputado, com várias equipes que podem chegar. Das 20 equipes, você pode citar 10 como candidatas ao título quando começa a competição. Temos de ir jogo a jogo e vencer o confronto direto. Talvez no final ainda tenhamos a possibilidade de brigar. Acredito no título.
Talvez no final ainda tenhamos a possibilidade de brigar. Acredito no título.
O próximo adversário é o Flamengo. O fato deles não terem mais chance de título pode ajudar?
Pode ser bom e pode ser ruim, né? Ruim pelo fato de o Flamengo estar mais leve para jogar. Ainda temos a chance matemática do título e podemos entrar um pouco mais nervosos e eles usarem isso. Mas acho que vai ser um grande jogo como foi aqui. O Flamengo é um dos melhores times da América nos últimos anos.
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