O defensor Hugo Mallo recebeu a reportagem de GZH para uma entrevista no CT Parque Gigante, na tarde desta sexta-feira (15). Entre tantos assuntos, o primeiro espanhol a vestir a camisa do Inter falou sobre a adaptação a Porto Alegre e as diferenças entre o futebol praticado aqui e na Espanha. Veja alguns trechos:
É comum vermos por aqui argentinos, uruguaios, chilenos. Mas espanhol é uma raridade. Tanto que é o primeiro na história do Inter. Como tem sido a adaptação ao Brasil?
Não é o comum, mas estou preparado mentalmente. Queria um desafio diferente, disputar outra liga, conhecer outra realidade. Acho que acertei, estou feliz. Tenho um grupo de companheiros que me ajuda na adaptação, foi mais fácil. Estou encantado pela decisão que tomei.
Quais são as diferenças do futebol brasileiro e do espanhol?
Aqui tem mais espaços. Taticamente, há mais transições ofensivas. Na Espanha, é mais controlado. O futebol brasileiro é mais vistoso, ofensivo.
Você jogou no Celta toda a vida, e na Espanha são campeões quase sempre os mesmos times. O quanto pesa um título em sua carreira?
O maior prêmio que ganhei na Espanha foi ser jogador do Celta. Isso não há preço que pague. Sou de lá, cresci lá, isso é meu título. Mas todos os jogadores querem ganhar. Na Espanha é complicado. Também pensei nisso na avaliação para escolher o novo clube. E o Inter oferece essa possibilidade. Por isso, também tomei essa decisão.
Como fez para passar tanto tempo no mesmo time?
Foram 14 temporadas, é muito difícil, ainda mais em um mercado de vai e vem. E com a Arábia Saudita ainda aumentou a oferta, com muitos jogadores novos que foram para lá. Sempre tive ofertas, conversava com o Celta. Mas sempre busquei uma desculpa para não sair. Sentia o Celta parte da minha vida, da minha família. Nunca encontrei um motivo para trocar. Mas agora encontrei essa vontade de buscar uma experiência, um desafio na vida.
Dá para repetir isso aqui? O Inter pode ser o último time da carreira?
Sim, pode ser. Não gosto de trocar por trocar. O contrato é curto, mas estou aberto a essa opção. O Inter me oferece coisas muito boas. Estou feliz com a cidade, com o clube, com os companheiros. Não tenho motivo para trocar.