O início da caminhada do Inter no Gauchão 2023 esteve longe do esperado pela torcida diante da manutenção do time vice-campeão brasileiro no ano passado. Contra o Juventude, lanterna rebaixado daquele mesmo Brasileirão, o time de Mano Menezes não conseguiu ir além de um empate por 2 a 2, na noite de sábado, no duelo contra o experiente técnico Celso Roth.
Rodrigo Rodrigues, aos três minutos aproveitando uma falha de Keiller, e Echaporã marcaram os gols dos visitantes diante de um público de pouco mais de 20 mil pessoas no Beira-Rio. Os gols colorados foram anotados por Carlos de Pena e Pedro Henrique.
Autor do segundo gol, o que evitou a derrota, Pedro Henrique admitiu a decepção, mas ressaltou que não é o momento para desespero após apenas uma partida no Estadual.
— Trocaria esse gol pela vitória, mas temos um caminho longo pela frente. O Juventude tem méritos, foi um adversário duro, mas sabemos que não teremos jogo fácil. Estou feliz de ter voltado a jogar o Gauchão após tantos anos. Vamos trabalhar para melhorar e buscar as vitórias — reconheceu.
Para Mano Menezes, faltou calma e sobrou ansiedade não só para seu time, mas também para a torcida, que vaiou os jogadores já no apito final do primeiro tempo, quando o placar marcava 1 a 0 para o Juventude. Ele reconheceu também os méritos de Celso Roth para marcar algumas das principais peças coloradas.
— A gente teve dificuldade natural. Falei antes do jogo que faltaria ritmo de jogo, não estou falando apenas depois do empate. Achei a partida forte, bem jogada e difícil, já que era provável que o Juventude trouxesse uma proposta de linha baixa. Tomamos um gol cedo, isso favoreceu para a ideia que eles executaram bem. Entramos um pouco afoitos e ansiosos, tanto a equipe quanto o estádio. Isso tem a ver com a seca, então você quer ganhar o campeonato na primeira rodada e se ganha ao longo dele. Tivemos falhas técnicas que não cometemos, mas que estão dentro do contexto — disse logo em sua primeira resposta.
Mano mostrou incômodo diante de algumas perguntas, como ao ser questionado sobre o baixo rendimento de Bustos. Mas depois mostrou calma ao explicar taticamente como Celso Roth marcou o argentino e disse que seu trabalho agora é encontrar alternativas para o caso de os próximos adversários repetirem a estratégia.
— Aconteceu que o cara na outra casamata colocou um jogador que marcou o tempo todo de forma individual. Quando você recebe uma marcação assim, deve jogar mais para o time e menos para você. O nosso gol foi pela direita, entre o lateral deles e os zagueiros. Esse fato que aconteceu hoje (sábado) foi novo. Temos que pegar o fato novo para mostrar para os jogadores e apresentar soluções — reconheceu.
O tema reforços voltou a aparecer na entrevista coletiva de Mano Menezes. O treinador, no entanto, manteve a postura de que é melhor ter calma e trazer um jogador que resolva do que contratar por contratar. Sobre a posição de centroavante, a que mais gera cobranças da torcida, ele fez questão de defender Alemão, de atuação apagada contra o Juventude.
— A dificuldade que o Alemão teve está dentro da dificuldade da equipe. Um adversário com linhas baixas exige maior movimentação, ele ficou um pouco fixo com os zagueiros, e a bola chegou pouco. No segundo tempo, após uma conversa, mudou e participou mais. Ele está dentro do contexto da equipe e das dificuldades que tivemos.
O Inter terá pouco tempo para lamentar o empate. Nesta quarta-feira, o Colorado voltará a campo para enfrentar o Avenida, em Santa Cruz. A expectativa é de que Mano Menezes encontre as soluções que faltaram diante do Juventude na estreia.