Ainda que o Brasileirão esteja em meio à 31ª rodada, o Inter começou uma espécie de nova era diante do Goiás. O domingo (9) foi o marco de Keiller como o novo dono do gol colorado e de Johnny em uma nova posição, jogando como substituto de Gabriel. A vitória por 4 a 2 deixou saldo positivo para as duas figuras. Mesmo que a atuação tenha tido altos e baixos, as oscilações não passaram diretamente pela dupla.
O resultado manteve os colorados na segunda colocação, com 57 pontos. A diferença para a ponta da tabela caiu para nove pontos, mas nesta segunda-feira (10) pode saltar outra vez para 12, já que o Palmeiras enfrenta o Atlético-GO, às 20h. Mas o que mais interessa ao treinador colorado são os seis pontos de vantagem para o Fluminense, agora o quinto colocado, e de dez pontos para o Atlético-MG, sétimo, primeiro clube fora da zona de classificação para a Libertadores.
Sem subterfúgios, Mano Menezes foi bem explícito sobre o que está em disputa para o seu elenco nos sete jogos restantes. O Inter briga por um lugar direto na fase de grupos do torneio continental —uma disputa com "muita gente boa", como definiu o técnico. A partir da definição de quando a competição iniciará para o time no ano que vem, se traçará um planejamento para atacar carências no grupo.
— Penso que o Inter tem um elenco muito bom. Para o ano, se estabelece uma nova realidade, e você sempre analisa o elenco para a realidade atual. Se vamos jogar direto na fase de grupos desde o início, temos uma definição disso em novembro, podemos planejar bem porque temos um bom tempo para planejar e, com algo certo, poder avançar em alguns pontos que julgamos que sejam os mais importantes e que conversamos internamente. Mas, agora, é não perder o foco — indicou Mano.
Em seu quinto jogo seguindo como primeiro nome na escalação colorada, Keiller pode, enfim, se sentir titular. Ele foi um dos jogadores mais aplaudidos pelo torcedor quando os escolhidos para começar o jogo foram anunciados — desta vez os reservas não foram anunciados, provavelmente para poupar Edenilson de vaias. Recuperado de uma lesão no olho, Daniel voltou a ser relacionado e viu o confronto do banco de reservas.
Assim como nas partidas anteriores, o goleiro teve atuação segura tanto nas bolas mais complexas, foram ao menos três boas defesas, quanto em intervenções mais simples.
— As coisas aconteceram naturalmente em uma posição delicada para o treinador mexer. A oportunidade apareceu, e o Keiller entrou. Estava preparado para entrar, que é o que eu sempre defendo com eles (jogadores). Quando surge a oportunidade e ele consegue aproveitar, prova que merece ser o titular — explanou Mano.
Johnny vive situação similar. Embora tenha cavado uma vaga no time há mais tempo, coincidindo com o período de dez jogos de invencibilidade no Brasileirão, o meio-campista passou a atuar em uma nova posição. O jogador da seleção dos Estados Unidos ganhou espaço no lugar de Edenilson, jogando na linha atrás do centroavante. Agora, ele foi o escolhido para ser o substituto de Gabriel.
O primeiro volante ficará sem atuar por cerca de oito meses devido uma grave lesão no joelho. Nesta reta final de ano, o americano será recuado para atuar à frente da defesa.
— Estou à disposição. Na minha posição, me sinto mais confortável, mas estou aqui para ajudar e dar o meu máximo. Fico mais como um volante de contenção, perdendo um pouco a chegada na área. O "Gab" ajudou muito a gente.
Com Keiller, Johnny e de olho numa vaga direta à Libertadores, o Inter volta a jogar no próximo domingo (16) contra o Botafogo, no segundo ato dessa espécie de nova era vivida pelo time de Mano Menezes.