O presidente do Inter, Alessandro Barcellos, é contra o retorno da torcida adversária aos estádios do Brasileirão, anunciado nesta terça-feira (19) pela CBF, mas vai seguir as regras determinadas pela entidade neste próximo passo da volta dos torcedores às arquibancadas. O dirigente afirma que a situação é injusta enquanto a lotação permitida for de apenas 30%, considerando que torcedores adversários ocuparão espaços que poderiam ser para colorados no Beira-Rio.
— Somos veemente contrários a esta medida da CBF, que é populista e voltada ao interesse de alguns clubes — posicionou-se o presidente, em entrevista ao Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha, nesta terça.
— Acho isso um despropósito, no momento, ser autorizado. É um erro. Já pedi para que o jurídico avalie isso, de acordo com as obrigações do clube. Jamais vamos descumprir a legislação, mas acho isso uma afronta ao torcedor colorado. Os sócios passaram quase dois anos cumprindo com as suas obrigações e agora, com 30% do público, terão de abrir espaço para a torcida adversária e ter de tirar o torcedor colorado do estádio — detalhou.
O impacto financeiro da medida também é destacado por Barcellos. Pela conhecida situação econômica do clube, cada retorno de bilheteria é essencial, ainda que os atuais borderôs com 8 ou 9 mil colorados por jogo não façam um aporte significativo aos cofres colorados:
— Nós estamos pagando para abrir o estádio. Nós temos um custo elevado e vamos aumentar isso. Eu sei como funciona a logística de isolamento de uma torcida grande como a do Corinthians. O custo de isolamento e translado, além de acomodação dentro do estádio, é ainda maior.
O dirigente preferiu não projetar o Gre-Nal marcado para o próximo dia seis de novembro, no Beira-Rio, onde a torcida gremista deve marcar presença no estádio colorado.
— Antes do Gre-Nal temos o Bragantino, que não tem uma tradição de ter muitos torcedores, mas está bem, e também temos o Corinthians no domingo — despistou.