O Inter não conseguiu encerrar o jejum sem conquistar o título do Gauchão. Precisando da vitória, o Colorado ficou no 1 a 1 com o Grêmio, na Arena, terminando com o vice-campeonato da competição. Após o Gre-Nal 432, disputado no domingo (23), o técnico Miguel Ángel Ramírez projetou a continuidade do trabalho, que terá pela frente as disputas do Brasileirão, da Libertadores e da Copa do Brasil, e falou sobre a busca por reforços.
— Não vou na imprensa pedir jogadores. Chego ao clube pela manhã, me reúno com a comissão, com a direção, tudo internamente. Desde que firmei contrato com o Inter, pedir tempo para avaliar o plantel. Avaliamos jogador por jogador. O clube está trabalhando nisso (na busca por contratações), mas não vou para a imprensa falar do que precisamos. Eu falo com o diretor executivo — afirmou.
Ramírez evitou explicar o revés diante do Grêmio pelo desgaste físico. No entanto, o treinador criticou o calendário do futebol brasileiro. No clássico, o zagueiro Cuesta acabou virando ausência, mesmo que tenha permanecido no banco de reservas, por conta de um desconforto no tornozelo.
— Ou paramos todos os agentes do futebol e pensamos em algo, ou acabaremos com a saúde dos jogadores. Já caíram Victor (Cuesta), Patrick e Paolo Guerrero. Eu sei que isto está acima de tudo e de todos. Ou paramos e sentamos juntos para tentar resolver o calendário. Não sei até quando estarei aqui. Me irei em algum momento, mas deixo como mensagem pensando nos jogadores, que, ao final, são os protagonistas. Estamos mexendo com a saúde de pessoas — destacou.
O comandante também comentou as críticas sofridas neste início de trabalho no Inter. Ele disse estar preparado para as contestações, que já foram direcionadas aos colegas que estiveram na casamata colorada anteriormente.
— Eu sei como funciona a imprensa no Brasil e como funciona aqui na região (Sul). Sei porque outros companheiros passaram por isso antes. O Coudet tinha números espetaculares, era líder no Brasileirão, classificado na Libertadores, e mesmo assim era criticado. Abel Braga, que teve um início irregular, foi a mesma coisa. Eu sabia que ia encontrar isso. Não me preocupa em nada. Continuo fazendo o meu trabalho — ressaltou, complementando com o sentimento que mais lhe frustrou na derrota contra o maior rival:
— O que me dói é uma torcida que está há anos sem ganhar. Isso me frustra como treinador. Tenho desejo de lutar e dar um título para essa torcida, que está há anos esperando. Minha maior motivação é essa, dar um título a uma torcida que está esperando uma alegria — finalizou.