Desde a chegada de Miguel Ángel Ramírez e seu jogo posicional, a camisa 5 do Inter, parecia não ter um dono no elenco colorado. Neste sábado (24) de 5 a 0 sobre o Esportivo, o número de gols do placar também tema de análise do técnico espanhol na coletiva. Além de enaltecer a confiança que tem nas opções atuais do elenco, revelou um plano da direção e da comissão técnica.
— O Johnny é o futuro camisa 5 do Inter. Estamos trabalhando para que ele seja o primeiro volante do clube por muitos anos, é um projeto do clube. Está trabalhando nisso, e o que de melhor para ele do que ter Dourado e Lindoso no campo para ensiná-lo — comentou, em entrevista coletiva após a última rodada do Gauchão.
Curiosamente, Johnny é o que tem menos minutos em campo e treinando com Ramírez. Ele entrou na reta final da vitória deste sábado pela primeira vez, pois estava com a seleção dos Estados Unidos que disputava o Pré-Olímpico da Concacaf. O técnico colorado diz que viu vídeos do garoto e o colocou no mesmo patamar os outros volantes do Inter:
— Dourado, Lindoso e Johnny, os três podem fazer essa função. Logo posso tentar Zé Gabriel e Lucas Ribeiro, mas no dia a dia estamos treinando e preparando esses três. Qualquer um deles pode fazer a função. Logicamente Johnny acaba de chegar da seleção, então Dourado e Lindoso partem com certa vantagem por trabalhar antes — ponderou.
O 5 que foi 10
Ainda sobre a primeira função do meio, responsável pela distribuição de passes curtos e longos onde o adversário deixar espaços, Ramírez fez um elogio a Rodrigo Lindoso. O volante foi titular no lugar de Dourado, que sentiu o desgaste da partida contra o Always Ready, na altitude, e não reunia condições fisiológicas de começar jogando, segundo o técnico.
— A partida do Lindoso foi de um 10. O domínio, o passe... Inclusive tem partes do jogo que ele chama os companheiros e os orienta. É o melhor que pode acontecer para mim como treinador. Falei com ele e com o Dourado, que sejam o treinador em campo. Eles têm este perfil. Que me digam algo que eu não vi no jogo, e digam também aos companheiros — destacou Ramírez.
Rodrigo Dourado também entrou no decorrer do segundo tempo e marcou o quarto gol. Porém, o capitão colorado atuou como zagueiro. O treinador garante que foi por necessidade de descanso de Zé Gabriel, provável titular ao lado de Cuesta na próxima terça, contra o Táchira, e não um teste de novo posicionamento para Dourado:
— Era o único no banco que podia fazer a função.
Ramírez e o Inter voltam a campo na terça-feira (28), com o camisa 5 que ele e a comissão técnica entenderem que melhor desempenhará contra o Táchira, no Beira-Rio, pela segunda rodada da Libertadores.