
D'Alessandro está de saída do Inter. O último capítulo desta história iniciada em 2008 será escrita neste sábado (19), contra o Palmeiras, no Beira-Rio. A partida disputada pela 26ª rodada do Brasileirão marcará a despedida do ídolo do clube gaúcho. Pouco se sabe a respeito do futuro do meia. De concreto, só o desejo de seguir jogando futebol.
Mas e quando pendurar as chuteiras, o argentino partirá para a carreira de técnico? Quando completou 39 anos, em abril deste ano, ele falou um pouco sobre as pretensões para o momento em que anunciar a aposentadoria.
— Eu fiz o curso (de técnico), mas ainda não estou pensando nisso. Estou me preparando aos poucos. De repente a curto prazo me vejo trabalhando como um diretor em um passo anterior ao de ser treinador. Mas ainda não tenho isso claro. O que tenho claro é que, se o clube precisar de uma ajuda, seria um prazer e uma honra trabalhar no Inter — disse.
Os comandantes
No Colorado, em mais de 12 anos, D'Alessandro teve 17 técnicos diferentes. O primeiro treinador foi Tite, que atualmente comanda a Seleção Brasileira. Embora tenham conquistado o título da Sul-Americana juntos, a relação entre os dois não foi sempre amistosa.
Após a derrota de 3 a 0 para a LDU, na Recopa Sul-Americana de 2009, ainda no vestiário do Estádio Casablanca, os dois se desentenderam. Clemer e Índio foram os responsáveis por segurar a dupla e evitar um confronto. Anos depois, tanto D'Alessandro quanto Tite afirmaram que haviam feito as pazes.
Importância de Fossati e Roth na Libertadores de 2010
A maior conquista de D'Alessandro pelo Inter foi a Libertadores de 2010. Naquele ano, o argentino foi eleito o melhor jogador da América pelo jornal uruguaio El País. Na campanha vitoriosa na competição continental, o Colorado foi comandado por Jorge Fossati até as quartas de final, com Celso Roth assumindo a partir das semifinais.
— O Fossati faz parte desta conquista. A gente tem que reconhecer, e todo mundo sabe. Nosso primeiro objetivo era classificar, e com o trabalho dele conseguimos isso. Passamos do Banfield e do Estudiantes com ele. A chegada do Celso mudou a tática da equipe, o jeito de jogar, arrumou as peças do jeito que ele pensa, dentro da ideia dele de futebol — destacou o camisa 10.
O período com Coudet
Após ser pouco utilizado nos anos anteriores, D'Alessandro esperava ter mais oportunidades em 2020, o que não ocorreu. Mesmo com a chegada de Eduardo Coudet, que havia sido seu companheiro de equipe no River Plate, o meia não conseguiu retomar o status de titular. Na coletiva em que anunciou que deixaria o Inter ao final do atual contrato, o jogador falou sobre a relação com Coudet.
— O Coudet continua sendo meu amigo. Isso não vai acabar. Mas nossa amizade sempre ficou fora do vestiário, do dia a dia. Gostaria de ter sido mais aproveitado, mas a decisão é do treinador. O resultado estava vindo, o rendimento também — declarou.
Os técnicos de D'Alessandro no Inter a cada temporada
- 2008 (Tite)
- 2009 (Tite e Mário Sérgio)
- 2010 (Jorge Fossati e Celso Roth)
- 2011 (Celso Roth, Paulo Roberto Falcão e Dorival Júnior)
- 2012 (Dorival Júnior e Fernandão)
- 2013 (Dunga e Clemer)
- 2014 (Abel Braga)
- 2015 (Diego Aguirre e Argel Fucks)
- 2016* (Argel Fucks)
- 2017 (Antônio Carlos Zago e Guto Ferreira)
- 2018 (Odair Hellmann)
- 2019 (Odair Hellmann e Zé Ricardo)
- 2020 (Eduardo Coudet e Abel Braga)
* Disputou apenas duas partidas antes de se transferir ao River Plate