O América de Cali é praticamente uma nova equipe após a retomada do futebol na Colômbia. Durante a paralisação, o clube decidiu não renovar o contrato do técnico brasileiro Alexandre Guimarães. Também perdeu o centroavante e goleador da equipe, Michael Rangel, que estava emprestado pelo Junior de Barranquilla, e o meia Matías Pisano, transferido para o futebol do Catar.
Não bastasse esses baques, o maior golpe veio quando a bola rolou. Depois de ter vencido o jogo de ida da decisão da Superliga Colombiana, o time foi derrotado por 2 a 0 dentro de casa e viu o adversário erguer a taça. Por isso, o desafio dos "Diablos Rojos" nesta quarta-feira (16), no Beira-Rio, será comprovar que são capazes de dar a volta por cima contra o Inter. Afinal de contas, há um novo chefe para mostrar serviço.
— O América foi golpeado pela conjuntura da pandemia, pelas circunstâncias do covid-19 e sofreu várias baixas, não só do técnico Alexandre Guimarães. É uma equipe que tem uma memória tática ainda do técnico anterior, mas Juan Cruz Real é um técnico argentino que conhece o futebol colombiano e tenta empregar novas ideias — atesta Alfonso Morales, repórter da Rádio Red, de Cali.
Perigos
A braçadeira de capitão também mudou de endereço. Depois de pertencer ao zagueiro Segovia, agora ela é carregada pelo experiente atacante Adrián Ramos, de 34 anos, que também herdou o comando do ataque com a saída de Rangel. Revelado no próprio América no início dos anos 2000, o jogador rodou pela Europa (Hertha Berlin, Borussia Dortmund e Granada) e, no início deste ano, voltou para a casa. Embora ainda não tenha balançado as redes neste seu retorno, demandará atenção da defesa colorada por conta da experiência e do porte físico.
Outro jogador que será preciso estar atento é o ponta-esquerda Duván Vergara. Ele pode ser a aposta caso a ideia de jogo seja fechar-se e apostar nos contra-ataques. Ágil e driblador, o atacante de cabelo platinado já despertou o interesse de clubes alemães e pode ser vendido a qualquer momento — fala-se em Wolfsburg e RB Leipzig.
O que pesa contra o time é a inexperiência em competições internacionais. O próprio treinador contratado, Juan Cruz Real, nunca trabalhou em clubes maiores. Ex-jogador, se aposentou no futebol canadense, onde também deu início à nova carreira. Em 2017, passou pelo Estudiantes de Mérida, da Venezuela, e depois rumou para o Alianza Petrolera e Jaguares, da Colômbia.
Na Libertadores, eles perderam para o Grêmio, na estreia, e depois venceram a Universidad Católica, em Santiago. Por isso, reiniciam o torneio ocupando o terceiro lugar do Grupo E.