GaúchaZH inicia nesta semana a quinta fase do projeto SuperDupla, que tem como objetivo escolher o melhor jogador revelado nas categorias de base do Inter. Nos mesmos moldes das etapas anteriores, oito atletas foram colocados frente a frente em um cruzamento, como se disputassem um torneio. Jornalistas serão consultados, até que um nome seja apontado como vencedor.
Para abrir as quartas de final, um confronto entre passado e presente: Paulo Roberto Falcão, tricampeão brasileiro na década de 1970, contra o goleiro Alisson, atualmente no Liverpool, e que foi eleito o melhor do mundo em sua posição na última temporada. No outro duelo, o zagueiro Mauro Galvão, campeão invicto do Brasileirão de 1979, encara o atacante Nilmar, vencedor da Copa Sul-Americana de 2008.
No outro lado da chave, o meia Paulo César Carpegiani, outro que fez parte do grande time colorado dos anos 1970, terá como adversário o atacante Rafael Sobis, bicampeão da Libertadores em 2006 e 2010. Por fim, o último confronto é de dois tetracampeões mundiais que começaram no Beira-Rio: Dunga e Taffarel.
Quem passa para as semifinais? Foram ouvidos os narradores do Grupo RBS Luciano Périco e Gustavo Manhago e o narrador dos canais Sportv Márcio Meneghini. Confira:
Falcão 3x0 Alisson
Luciano Périco
Não erro em afirmar que Paulo Roberto Falcão foi o maior jogador revelado pela base do Inter. Até hoje é reverenciado como Rei de Roma. Vale destacar que Alisson também tem uma carreira brilhante na Europa.
Gustavo Manhago
Alisson tem muitos méritos. É o melhor goleiro do mundo na atualidade e faz uma carreira na Europa que Falcão não fez. Mas o volante tem no Inter muito mais destaque. Foi o centro do time vitorioso na década de 70. O tricampeonato brasileiro tem a cara de Falcão, responsável direto pelo reconhecimento nacional do Inter como um grande clube.
Márcio Meneghini
Falcão tem o apelido de rei na Itália, mas reinou por estas bandas também. Um dos melhores da nossa história. Alisson já é grande e tem potencial para ser ainda maior. Mas, por enquanto, a coroa está com Falcao.
Mauro Galvão 3x0 Nilmar
Luciano Périco
Mauro Galvão, um zagueiro que jogava de terno, perfeito nos desarmes, desfilava elegância nos gramados. Foi campeão brasileiro invicto com apenas 17 anos. Brilhou ainda no Grêmio, Vasco, Botafogo e Bangu. Nilmar foi também um grande atacante criado na base colorada.
Gustavo Manhago
Em nenhum outro clube Nilmar fez o que fez com a camisa colorada. Mas ver Mauro Galvão jogar foi um privilégio. Jogou por "água abaixo" a tese de que zagueiro tem que ter cara de mau e jogar de forma violenta. Um craque em evitar gols.
Márcio Meneghini
Admiro muito a beleza no futebol do Nilmar, mas Mauro Galvão brilhou nos dois times - um legado difícil de igualar.
Carpegiani 2x1 Rafael Sobis
Luciano Périco
Duelo de craques criados em Erechim. Ambos, em seu tempo, foram personagens importantes quando vestiram a camisa do Inter. Carpegiani era o meio-campista clássico, de grande qualidade técnica. Já Sobis esteve presente na conquista de duas Libertadores como personagem importante. Escolha difícil. Poderia votar em qualquer um dos dois, mas fico com Sobis.
Gustavo Manhago
Neste duelo de erechinenses, o mais velho vence pela qualidade em servir seus companheiros. Não tenho dúvida que Paulo César Carpegiani está entre os maiores meias da história do Inter. Rafael Sobis é um bom finalizador e com participação decisiva nas conquistas das duas Libertadores pelo colorado. Mas Carpegiani foi craque.
Márcio Meneghini
Duelo de gigantes. De um lado, gols e mais gols decisivos, imagens como a corrida com a bandeira colorada (entre as mais relevantes dentro da rica memória do clube). Do outro lado, a regularidade de um futebol de altíssimo nível durante anos, resultado em títulos para Inter e Flamengo. Carpegiani leva essa.
Dunga 1x2 Taffarel
Luciano Périco
Duelo de Titãs. Dois campeões mundiais pela Seleção Brasileira. Duas grandes personalidades fora dos gramados. Qualquer um dos dois seria uma grande escolha. Ambos tiveram êxito jogando fora do Brasil. Pela dificuldade da vida de goleiro, que pode ir de herói a vilão em segundos, ponto para Taffarel.
Gustavo Manhago
Nenhum dos dois conquistou grandes feitos no Inter. Tiveram talento que, reconhecido, os levou para fora daqui onde brilharam, sobretudo com a camisa da Seleção Brasileira. E neste quesito, o goleiro se sobressaiu. Taffarel está na galeria dos maiores goleiros do país com a "amarelinha".
Márcio Meneghini
Talvez o confronto mais difícil de todos. Ambos com contribuições gigantes para clubes e Seleção Brasileira. Taffarel foi decisivo em muitos momentos, mas a liderança de Dunga foi fundamental para campanhas vitoriosas. E não era só liderança — tecnicamente o Dunga teve grandes momentos, com passes decisivos — e, por vezes, não tem o devido reconhecimento.