Depois de superar o Arsenal, de Thierry Henry, de virada, na final da Liga dos Campeões daquela temporada, o Barcelona chegava ao Japão como grande favorito para levar sua primeira taça do Mundial de volta para a Espanha (havia sido vice-campeão nos anos 1990 ao perder para o São Paulo).
Ainda que o time estivesse desfalcado em relação à final do campeonato europeu — quatro atletas foram desfalques para a partida contra o Inter: Oleguer, Edmílson, Van Bommel e Eto'o — a base da equipe era praticamente a mesma. Messi também não atuou por estar lesionado, ainda que com 19 anos não fosse o mesmo de atualmente.
Além de todos os outros jogadores, o Barcelona tinha como principal estrela Ronaldinho Gaúcho, eleito duas vezes melhor do mundo (2004 e 2005). Era em R10 que grande parte dos torcedores catalães apostava para ser o craque e era ele que inúmeros colorados temiam, principalmente depois dos 4 a 0 na semifinal contra o América, do México.
— O Barcelona jogou tudo que se esperava dele na semifinal contra o América. Primeiro, foi um deslumbramento e depois um desânimo, um abatimento entre dirigentes colorados de que o Inter teria que enfrentar o Barcelona, depois de sofrer contra o Ah Ahly. Parecia impossível vencer aquele jogo. Mais que o Ronaldinho, a atuação do Deco naquela partida foi incrível. Ninguém falou da ausência do Eto'o depois daquele jogo — conta José Alberto Andrade, repórter da Rádio Gaúcha no Japão em 2006.
Apesar da goleada na semifinal, os jogadores do Barcelona mantinham a humildade, sem admitir que eram favoritos para o confronto contra o Inter. Na zona mista, todos prezavam pelo respeito ao adversário.
— Na zona mista, nenhum brasileiro (Belletti, Ronaldinho e Thiago Motta) quis assumir que o clube era muito favorito, apesar de estarem confiantes. Eles viram os 4 a 0 como uma vitória natural — completa.