Quando recebeu a taça da Libertadores das mãos de Pelé para, em seguida, erguê-la diante de um Beira-Rio lotado, Bolívar se eternizou na história do Inter. Ele, que já havia conquistado o título em 2006, repetia a dose em 2010, agora como capitão. Porém, a história poderia ter sido diferente, já que ele foi revelado do outro lado de Porto Alegre: no Grêmio.
Registrado no cartório com o nome de Fabian Guedes, o atleta adotou Bolívar em homenagem ao pai que, na década de 1970, foi lateral-esquerdo tricolor. E foi justamente com a mesma camisa que o filho sonhou dar largada em sua carreira como profissional. Em 2000, então com 20 anos, chegou a disputar um amistoso contra o Avenida, entrando no lugar do lateral-direito Anderson Lima. Porém, não foi aproveitado pelo técnico Antônio Lopes.
De volta ao Guarani de Venâncio Aires, de onde havia saído para o Estádio Olímpico, o lateral-direito Bolívar conseguiu o destaque almejado. Comandado por Mano Menezes, ele fez parte da equipe que conquistou o título da primeira fase do Gauchão de 2002. Depois, com a entrada da dupla Gre-Nal na disputa, a taça acabaria ficando com o Inter. Mas os campeões estaduais viram qualidades no jovem lateral rubro-negro e o levaram para o Beira-Rio.
No início de sua trajetória com a camisa vermelha, em 2003, Bolívar sofreu uma fratura no pé e teve de passar por cirurgia. Retornou no ano seguinte para disputar posição com Gavilán e Elder Granja na ala direita. Sua vida só iria mudar de vez quando recuado para a função de zagueiro.
Escolhido por Abel Braga para compor a zaga com Fabiano Eller em 2006, Bolívar escreveu seu nome como campeão da América e acabou vendido ao Monaco, da França. Porém, retornaria ao Beira-Rio logo em seguida para continuar erguendo taças — algumas delas, como capitão: Copa Sul-Americana de 2008, Libertadores de 2010, Recopa Sul-Americana de 2011 e Gauchões de 2008, 2009, 2011 e 2012.
— O Bolívar que chega agora é o mesmo que conquistou títulos em 2006. Espero ter o apoio do grupo e a confiança do treinador novamente. Quero conquistar mais títulos por esse clube que, para mim, representa tudo. Tinha outras duas propostas, mas preferi vir para cá — declarou em 2008, quando iniciou sua segunda passagem pelo Inter, que só acabaria quatro temporadas depois.