O Inter inicia às 21h30min desta quarta-feira (19), em Ibagué, na Colômbia, o confronto com o Deportes Tolima que vai definir seu futuro na Libertadores. Na briga pela vaga na fase de grupos, o Colorado entrará em campo com o objetivo de, caso não vença, pelo menos garantir um empate com gols para abrir vantagem para a partida de volta no Beira-Rio. Dentro deste cenário, cresce a importância de Paolo Guerrero voltar a balançar as redes.
Ídolo com tamanho continental, Guerrero tornou-se o principal assunto na imprensa colombiana e das entrevistas dos jogadores do Tolima antes do confronto com o Inter. Esse reconhecimento pelo histórico se contrapõe ao presente do centroavante. Após passar mais um Gre-Nal em branco, o peruano voltou a sofrer contestações em Porto Alegre. Em 2020, o camisa 9 tem apenas um gol, na vitória de 3 a 1 sobre o Pelotas.
— Vejo Guerrero muito distante daquele que terminou a temporada passada e marcou gols decisivos para colocar o Inter na Libertadores. Ele é seguramente o jogador que mais está devendo neste início de trabalho de Coudet. Verdade que D’Alessandro como companheiro de ataque não dá a velocidade esperada e que os laterais pouco contribuem ofensivamente, mas os maiores problemas de Guerrero parecem ser individuais — avalia o narrador da Rádio Gaúcha Marcelo De Bona.
As cobranças sobre Guerrero se somam ao desempenho no ano passado. Apesar de ter sido o artilheiro do Inter em 2019, ele ficou marcado por não ter aparecido nos momentos mais importantes da temporada, como na final da Copa do Brasil contra o Athletico-PR e os Gre-Nais que decidiram o Gauchão.
Ao todo, Guerrero soma oito gols em 17 jogos de mata-mata com a camisa colorada. A média, de 0,47 por partida, não chega a ser ruim. Metade desses gols, no entanto, foram contra equipes de divisões inferiores do futebol brasileiro, Paysandu (três, na Copa do Brasil) e Caxias (um, no Gauchão).
Mesma cobrança no Rio, decisivo em São Paulo
Nos outros clubes que defendeu no Brasil, Guerrero teve desempenho antagônico em relação aos grandes jogos. No Flamengo, o peruano não teve uma trajetória de gols decisivos. Ele, por exemplo, não marcou diante do Vasco, o maior rival rubro-negro, e passou em branco na decisão da Copa do Brasil contra o Cruzeiro, em 2017.
— Além de passar em branco contra o Vasco, sofreu com provocações dos adversários e eram constantes as advertências dos árbitros. Guerrero sempre teve pavio curto e, talvez, a sua responsabilidade tenha o afetado no autocontrole. Vale lembrar que contra o Fluminense ele anotou um dos gols do título estadual, mas, mesmo assim, foi pouco por todos os elogios que o cercavam — afirma o repórter da Rádio Globo-RJ Renan Moura.
Se no Flamengo Guerrero ficou devendo em decisões, no Corinthians o peruano garantiu o título do Mundial de Clubes, em 2012. Ele fez gols na final diante do Chelsea e na semifinal contra o Al-Ahly, ambas partidas vencidas por 1 a 0.
— O Guerrero sempre foi um jogador decisivo no Corinthians. Além do Mundial, fez gols em todos os clássicos. O Mundial deu a ele o status de ídolo incontestável — ressalta Roberto Lioi, repórter das rádios CBN e Globo de São Paulo.
Guerrero teve ainda na semana passada o seu contrato prorrogado até o final de 2021. O torcedor colorado espera que neste período ele possa construir no Inter uma história mais parecida com a do Corinthians que a do Flamengo. Um bom começo será marcando gols que possam encaminhar a vaga na fase de grupos da Libertadores.
Guerrero em jogos de mata-matas
- 17 jogos
- 8 gols
Os gols em mata-matas
- 3 contra o Paysandu (Copa do Brasil)
- 2 contra o Cruzeiro (Copa do Brasil)
- 2 contra o Nacional (Libertadores)
- 1 contra o Caxias (Gauchão)