O Inter voltou a tropeçar em um jogo de caráter decisivo diante do seu torcedor. Na noite dessa quarta-feira (27), o agraciado da vez foi o Goiás, que bateu a equipe gaúcha no Beira-Rio por 2 a 1. Além de marcar passo na briga com São Paulo e Corinthians – que bateu o Avaí, superou o Inter na tabela –, o time de Zé Ricardo viu os goianos ficarem apenas dois pontos atrás na briga por um lugar no G-8. Uma noite que resume o ano de insucessos e de derrotas do Inter. No sábado, a equipe enfrentará o Botafogo, no Engenhão. E sem D'Alessandro, suspenso, após mais um cartão amarelo por reclamação.
Zé Ricardo dava as explicações pela derrota em casa para o Goiás enquanto que os últimos torcedores deixavam o pátio do Beira-Rio. Minutos antes, eles haviam protestado contra os jogadores e, sobretudo, contra o vice de futebol, Roberto Melo. Com a chance real de ficar fora até da pré-Libertadores, a direção colorada terá de se esforçar muito para apagar a má imagem de final de temporada. Nas próximas semanas, os anúncios de Eduardo Coudet, de diversas dispensas e de alguma contratação, poderá amenizar um pouco o pesado dezembro que se avizinha para o clube.
— Parece que alguns fantasmas voltam a rondar as nossa cabeças. Precisamos tratar bem o emocional, precisamos saber reverter situações difíceis, e não soubemos. E oferecemos o que o Goiás mais queria: o contra-ataque — disse o treinador do Inter, ao justificar o novo revés. — Independentemente disso vamos ter que reagir. Tínhamos seis pontos para disputar em casa (Fortaleza e Goiás), conquistamos um, e estamos muito decepcionados — acrescentou Zé Ricardo.
O treinador alegou que Bruno Silva foi o substituto do suspenso Rodrigo Lindoso porque Nonato não teria condições físicas para 90 minutos. Questionado sobre a falta de bom desempenho jogando em casa, Zé Ricardo respondeu:
— Temos condições de jogar bem no Beira-Rio e fazer o que não conseguimos contra o Goiás: vencer. Não há muito o que fazer. Vamos jogar de novo em dois dias, é preciso juntar os cacos, e mostrar aos jogadores que a gente pode. Finalizamos quase 20 vezes a gol. Restam ainda três jogos, vamos ver qual será a nossa melhor opção para enfrentar o Botafogo.
Ex-Inter, assim como Rafael Moura, o lateral Alan Ruschel viu um adversário nervoso em campo. E admitiu que o Goiás se valeu disso para ganhar o jogo.
— A torcida aqui cobra muito. Passei isso no vestiário. Se fizéssemos um gol, a torcida cobraria, e eles ficariam nervosos — comentou o lateral-esquerdo.
Mesmo com o novo revés, e depois de ser criticado pela torcida, Roberto Melo não deu explicações aos torcedores. O gerente executivo de futebol, Rodrigo Caetano, foi quem se apresentou para a entrevista coletiva. De pronto, foi questionado sobre uma possível demissão de Zé Ricardo, algo que não seria surpreendente nesse Inter de 2019.
— Não — respondeu Caetano, a respeito de uma nova troca de técnico. — Não vamos aumentar os nossos problemas. O vestiário agora é de muita tristeza, de frustração, e de vergonha. Fomos incapazes de vencer, incapazes de darmos um passo importantíssimo na busca da vaga à Libertadores, o que aumenta a nossa responsabilidade. Temos três jogos ainda, e o nosso desafio é trazer mais tranquilidade. Nesse momento temos de manter os ânimos sob controle, dentro do possível. O nosso maior adversário no momento somos nós mesmos — disse o executivo.