O Inter busca um novo técnico, e os caminhos indicam que será um estrangeiro. O Colorado até buscou treinadores brasileiros, sem sucesso, e resolveu olhar para a Argentina. Os dirigentes do clube estão no país vizinho e pretendem voltar já com um contrato assinado.
Os colunistas de GaúchaZH analisaram a escolha do Inter de buscar um treinador estrangeiro para substituir Odair Hellmann.
Nada contra treinador estrangeiro. Não importa onde tenha nascido um profissional, o importante é sua competência. Ocorre que, neste momento, com o objetivo de se classificar para a Libertadores do ano que vem, o melhor seria contratar alguém que tivesse bom conhecimento do grupo de jogadores. Este parece não ser o caso dos profissionais que possam ser contratados do Exterior. Há pressa, portanto seria melhor que chegasse para o Inter um profissional com conhecimento dos jogadores colorados.
Buscar técnico fora do Brasil não é nenhum pecado, mas o momento do Inter exige que um novo treinador chegue com um conhecimento médio do clube, do grupo e do Brasileirão. Com a competição em andamento, sem a possibilidade de contratações e com o time descendo na tabela, um novo comandante tem que chegar sem precisar de muitas apresentações e falando a mesma língua dos jogadores. Dificilmente um argentino, objeto do desejo da diretoria colorada, vá chegar e resolver os problemas imediatamente. E, se a solução não for imediata, o ano termina sem a vaga na Libertadores. O Inter se arrisca a perder o pouco que ainda pode conquistar em 2019 buscando um treinador estrangeiro.
Não é o melhor momento para buscar um estrangeiro. Faltam 13 rodadas para o final do Brasileirão e haverá uma semana livre apenas de treinos, para que o novo técnico possa trabalhar com o grupo de forma mais tranquila. Um estrangeiro precisará desembarcar e já partir para a rotina de jogos e viagens enquanto descobre o ambiente em que está inserido, o campeonato e as armadilhas que ele oferece. Para começar o ano e usar o Gauchão como campo de exploração, acho excelente a ideia de trazer um Chacho Coudet ou um Ariel Holan. Eles agregariam muito ao nosso cenário local e ao futebol brasileiro. Mas colocá-los numa fogueira, como esta de reta final de temporada, é uma decisão muito arriscada.