
Para ser campeão da Copa do Brasil, o Inter precisava reverter o quadro trazido de Curitiba. Para tanto, o torcedor teria que fazer a sua parte: o Beira-Rio precisaria jogar junto nesta quarta-feira (18).
Antes mesmo da entrada das equipes em campo, as luzes do estádio foram totalmente desligadas. Quando os atletas passaram pelo túnel dos vestiários, um enorme símbolo do clube se ergueu lentamente sobre a arquibancada, fazendo com que o hino colorado fosse entoado a plenos pulmões logo após os hinos do Brasil e Rio Grande do Sul.
— Maravilhoso! O clube se preparou e fez uma festa linda. À altura do nosso time — elogiou Fernanda Fernandes depois de registrar tudo pela lente de seu celular — Hoje vai ser 3 a 0 — sentenciou ela, abraçada ao namorado Álvaro Madsen.
Fernanda era apenas um dos mais de 50 mil corações vermelhos que resolveram pulsar no mesmo batimento. Nem mesmo a ausência do ídolo e capitão D'Alessandro abalou a certeza de que a taça ficaria em Porto Alegre.
— Temos de confiar na força do nosso elenco, e confiar que quem entrar vai dar conta do recado — sentenciou Madsen.
A bola rolou e os jogadores mostraram que a ideia estava comprada. Nos 20 minutos iniciais, o Inter protagonizou uma forte pressão no Atheltico-PR. Porém, bastou um instante de descuido, um contra-ataque, e Léo Cittadini abriu o marcador em favor dos visitantes.
Mas nenhum dos atletas colorados ousaria desistir antes do apito final e decepcionar os apaixonados torcedores. Assim como Nico López não hesitou em tentar outra vez quando a bola voltou do travessão após bate-rebate na área paranaense: 1 a 1.
— Tomamos um gol de bobeira. Foi um lance rápido, não sei se foi falta. Temos que virar — comentou Renan Cagol, que veio de Bento Gonçalves com o irmão Adalberto, que complementou — Foi um sufoco. Quase que a bola não entra. Graças a Deus, entrou — avaliou o irmão.
Veio o segundo tempo e as coisas não saíam conforme o imaginado. Apesar das trocas protagonizadas por Odair, a bola teimava em não entrar. Será que o jejum de 27 anos sem um título nacional continuaria de pé?
— Eu acompanhei toda aquela campanha de 1992 e, na final, fiquei gripado de tarde. Não consegui vir, mas ouvi pelo radio. Hoje espero ver o Inter campeão — disse Altair Flores, que veio de Montenegro acompanhado do filho Murilo, de 15 anos.
— Eu não era nascido (em 1992). Sempre ouvi meu pai contando do gol de bico do Célio Silva — relatou o jovem.
O problema é que o discurso da torcida não foi colocado em prática dentro de campo. Quem marcou foi Rony, decretando a vitória do Athletico. Enfim, o titulo da Copa do Brasil continuará como uma lembrança na memória dos colorados, ou uma história a ser contada aos mais jovens.