No centésimo jogo de Odair Hellmann no comando o Inter, Edenilson deu de presente ao treinador o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, no jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil. O Colorado não ganhava da Raposa, em Minas Gerais, desde 2004.
A partida de volta, no Beira-Rio, será somente em 4 de setembro, depois do mata-mata entre Inter e Flamengo, pelas quartas de final da Libertadores. O time de Odair está a um empate, em casa, da sua terceira final de Copa do Brasil.
E o caminho para avançar às finais do torneio, depois de 10 anos, começou a ser pavimentado pelas decisões táticas e de escalação de Odair, além de atuações-chave, como as dos zagueiros Rodrigo Moledo e Victor Cuesta, além da de Edenilson — eficiente nos três setores, e autor do gol da vitória em Belo Horizonte.
— A gente sempre procura trabalhar o rebote defensivo e ofensivo, fico feliz de ajudar a equipe. Foi um grande passo. Vamos continuar em frente, temos as outras competições e, agora, é pensar no próximo jogo — disse Edenilson.
— A gente quer jogar né, ajudar a equipe. Queria tentar continuar, mas o pessoal que entrou foi muito bem. Sabíamos que eles iam exercer uma pressão no final, depois do gol. Fiquei chateado por ter saído, mas fico feliz pelo resultado. Eu senti uma fisgada no adutor direito na hora de tentar cortar um passe e, naquela função, não dá para ficar se dosando. Foi a melhor opção para a equipe ter saído — acrescentou Edenilson, substituído por Nonato.
A vitória fora de casa sobre o hexacampeão da Copa do Brasil deu moral para que o Inter passe não apenas a sonhar, mas também a visualizar a final do torneio.
— Vencer o Cruzeiro, aqui, não é fácil. É para poucos. Não vencíamos no Mineirão há 15 anos. Para aqueles que falam que o Inter não ganha fora de casa, gostaria de pedir um levantamento para saber quantos clubes brasileiros fizeram mais pontos fora do que o Inter esse ano, na Libertadores e na Copa do Brasil. No Brasileiro é que estamos devendo vitórias fora de casa, mas estamos tendo que jogar com times alternativos. A sequência de jogos contra River, Nacional, agora contra o Cruzeiro, e a eliminação do Palmeiras, tudo isso nos credencia a aspirar aos títulos — disse o vice de futebol Roberto Melo.
— Estamos brigando para chegar às decisões. Tenho certeza que o Beira-Rio vai quebrar o recorde de público outra vez. Não há nada decidido, mas conquistamos uma pequena vantagem — acrescentou o dirigente.
Odair Hellmann, em uma noite especial, destacou a estratégia adotada pela equipe para atuar no Mineirão.
— Nossa estratégia foi excelente. O Cruzeiro teve um pouco de domínio até os 20 minutos do primeiro tempo, mas sem perigo de gol. No segundo tempo, além da nossa marcação agressiva, conseguimos ter a bola e fomos criando situações. Criamos três situações perigosas de gol, uma entrou. Merecemos a vitória — comemorou Odair.
— Foi espetacular a dedicação de todos. Sem D'Alessandro (que estava suspenso), Sobis entrou, e ele tem experiência para manter a posse de bola. Sobis é um atacante, que também pode jogar por dentro, fazendo a parte defensiva, com a compactação. Por isso a minha escolha por ele — argumentou o treinador colorado.
Após a derrota em casa para o Inter, o técnico do Cruzeiro, Mano Menezes, pediu demissão. O clube mineiro agora terá quase um mês para ajustar o seu novo treinador ao time até enfrentar o Inter, no jogo da volta. O Inter, dos 81% de aproveitamento em casa na temporada, está a um empate no Beira-Rio de atingir uma vez mais a final da Copa do Brasil.