Cerca de uma hora antes de o Inter entrar em campo para encarar o River Plate, na noite de quarta (3), o Beira-Rio presenciou mais um episódio de assédio. Repórter da Rádio Guaíba, do Grupo Record, Laura Gross relatou pelo Twitter ter sido abordada por dois torcedores colorados no pátio do estádio, sendo que um deles a beijou à força. Na mesma rede social, o presidente colorado, Marcelo Medeiros, informou que o clube identificou o agressor.
"O Clube lamenta ocorrido e repudia qualquer atitude agressiva. (...) O agressor da jornalista Laura Gross foi identificado pelo Clube. A denúncia será encaminhada à ouvidora para abertura de processo disciplinar, podendo resultar na exclusão do quadro social. Mais uma vez, o Internacional manifesta seu repudio a toda forma de agressão", disse o presidente. O nome do suspeito não foi divulgado.
Laura afirmou que estava próxima à área restrita à imprensa, quando dois homens se aproximaram dizendo que queriam "dar entrevista porque ela era uma repórter muito linda". Em seguida, um deles, segundo ela, completou: "Não podemos ir embora sem aproveitar, né?".
Após tentar contornar — sem sucesso — a situação, Laura relatou que um dos torcedores foi em sua direção:
— Ele segurou minha cabeça e tentou me dar um beijo a força. Ali, depois da primeira tentativa e de eu reforçar pra ele parar e tentar sair a todo custo, ele seguiu. Sim, ele tentou mais uma vez.
Sem conseguir se desvencilhar do assédio, a jornalista empurrou o torcedor.
— Gritei mandando sair, que eu não queria beijo — reagiu.
O colorado insistiu.
— Isso que eu estou relatando não deve ter durado um minuto. Mas sabe o quanto isso durou em mim? Até agora pela manhã. Até ontem quando não consegui terminar meu trabalho da forma como eu gostaria. Até ontem quando cheguei em casa e tentei dormir e só lembrava que o cara tinha me babado a bochecha e poderia ter sido pior — lamentou na manhã desta quinta-feira.
Laura ainda decidirá que providências irá adotar.
Em março, levantamento de GaúchaZH indicou que 11 denúncias de violência contra mulher foram registradas no Juizado do Torcedor no último ano, em Porto Alegre.