A atuação de D'Alessandro contra o Vitória reacendeu o debate sobre seu aproveitamento no meio-campo colorado. GaúchaZH ouviu alguns analistas e ex-jogadores para avaliar o retorno do camisa 10 ao time titular.
Falar sobre o D'Alessandro é falar sobre um grande profissional do esporte. D'Ale é um cara muito focado, que pode jogar futebol em alto nível até os 40 anos sem problemas. Ter ele em um time que está na briga pelo título brasileiro, como o Inter está, vai agregar muito nesta reta final do campeonato. Ele pode colaborar bastante com a equipe colorada só em passar um pouco de sua experiência aos mais jovens, por exemplo. Com o tempo, tornou-se um referencial do clube, e isso foi adquirido graças às muitas conquistas pelo Inter ao longo desse período dele por aí. É muito identificado. Vou resumir: sou fã do D'Ale.
Zé Roberto
Ex-jogador da Seleção Brasileira
D'Alessandro pode ser mantido como titular do Inter nos próximos jogos, sim. Será um desafio ao técnico Odair Hellmann, pois vai alterar a maneira de o time jogar. Com o uruguaio Nico López de 'falso 9', D'Alessandro pode jogar centralizado, mas livre para se mover e para se aproximar dos demais jogadores no setor de ataque. E pode jogar com um extrema de velocidade, outro de marcação. No caso, Pottker e Patrick. D'Alessandro tem liderança em campo, tem incidência sobre o jogo, nunca se omite. Além disso, ele tem a qualidade na bola parada, que é decisiva, e é muito bom em faltas e em escanteios. Com D'Alessandro em campo, o Inter tem mais um recurso ofensivo.
Gustavo Fogaça
Jornalista e analista de desempenho
Patrick foi um dos jogadores que mais se adaptaram ao estilo do Inter. É uma espécie de 'volante-ponta', tem velocidade, toca e se projeta no espaço. É um estilo diferente de D'Ale, que é um grande articulador, mas não tem a mesma velocidade. Por isso, o Inter ganha em inteligência com o camisa 10, mas perde na mobilidade, o ponto forte. E é claro que pesa o fato de D'Ale ser decisivo e frequentar mais a área do que Patrick. Edenílson é uma das peças-chave porque faz esse movimento de infiltração na área. Caso Odair opte por permanecer com D'Ale, Patrick pode realizar a mesma função que Edenílson. O Sport não vive bom momento e deve esperar o Inter em seu campo. Dessa forma, D'Ale pode atuar como sabe.
Leonardo Miranda
Analista do blog Painel Tático
Até o jogo passado, achava que D'Alessandro não deveria voltar ao time. O Inter encaixou sem ele e poderia continuar assim. Mas pelo que fez contra o Vitória, mostrou-se decisivo. Fiz estágio e comentei com Odair que D'Alessandro, pelo comprometimento, acaba voltando demais. Daí se desgasta muito e não pode exercer sua principal virtude, que é a criação. Vivi situação semelhante com o Paulo Baier, ainda no Ypiranga. Ele recuava e cansava. Precisava alertá-lo para não voltar. Se D'Alessandro conseguir se manter do meio para a frente, pode jogar. E já pode, inclusive, contra o Sport. Escala Gabriel Dias como segundo volante e libera D'Alessandro para armar, lançar, aproveitar os espaços de contra-ataques que devem surgir.
Leocir Dall'Astra
Técnico e ex-jogador do Inter