O fim do primeiro turno se avizinha e o Inter terá, nessa segunda-feira, às 20h, um desafio digno da dificuldade que foi o começo de Campeonato Brasileiro: um gigante, na sua casa, com o estádio cheio. Após a recente derrota para o América-MG, o Inter volta à Arena Independência, dessa vez para enfrentar o Atlético-MG.
Apesar de ter tido uma semana inteira livre para a preparação ao jogo, o Inter sofreu duas baixas severas e de última hora: perdeu Danilo Fernandes e Zeca. E, de última hora, a equipe ficou também sem Leandro Damião, que voltou a sofrer uma contratura na cervical, mesma lesão que o afastou de campo durante 60 dias, no primeiro semestre.
O goleiro está fora da temporada, devido à ruptura do tendão do ombro direito, lesão que necessitou inclusive de uma intervenção cirúrgica, a fim de reparar o dano, e Marcelo Lomba é o novo titular da equipe. Já Zeca, com uma contusão no tornozelo direito, logo nos minutos iniciais da goleada sobre o Botafogo, também ficou de fora.
Uma terceira ausência, essa bem pensada pelo técnico Odair Hellmann, é D'Alessandro. O camisa 10 se tornou o 12º jogador da equipe. Com o time encaixado, e tendo em um renovado Nico López peça-chave do time, D'Alessandro já não é tão imprescindível como foi até o ano passado. A D'Aledependência perdeu espaço para o jogo coletivo, e para um Inter instintivo, que rouba a bola e que ataca em velocidade.
Para a sorte dos colorados, o Atlético-MG perdeu duas peças importantes na sexta-feira à tarde. Em julgamento no Rio de Janeiro, o STJD tirou da partida o volante Elias e o meia Matheus Galdezani. os dois jogadores foram punidos com dois jogos de suspensão por insultos dirigidos à arbitragem, após a derrota do Atlético-MG para o Palmeiras, por 3 a 2. Galdezani foi expulso após a partida pelo árbitro Péricles Bassols, que relatou em súmula a seguinte frase do atleta:
— Ainda teve a coragem de me expulsar, seu safado.
Sem a dupla, o jovem treinador do Atlético-MG deverá escalar Lucas Cândido e David Terans em seus lugares. Como mandante, os mineiros têm um aproveitamento de 79%, e vêm de três vitórias seguidas na Arena Independência. Confira os principais destaques do clássico entre Atlético-MG e Inter:
De repente, Lomba
Quando deixar o vestiário da Arena Independência e pisar o gramado uma vez mais, Marcelo Lomba estará cumprindo o seu 32º jogo pelo Inter. O número não chega a impressionar, mas, para um goleiro reserva, e que está no clube há dois anos, 32 partidas são algo significativo.
Lomba, de 31 anos, substituirá o titular Danilo Fernandes pela quarta vez. Somente na atual temporada, Lomba assume o gol pela segunda oportunidade. Em fevereiro, com a demora de Danilo para se recuperar de uma lesão muscular, Marcelo Lomba entrou na equipe, e chegou a dividir a opinião dos torcedores com relação ao retorno imediato de Danilo Fernandes ao time, após se curar.
Com Marcelo Lomba no time, desde 2016, o Inter soma 13 vitórias, oito empates e 10 derrotas. Um aproveitamento de 50,5%. Sem interesse em buscar um novo titular, o Inter apostará todas as suas fichas em Lomba para a sequência do Brasileirão. Danilo Fernandes está fora da temporada.
Sorria, Cuesta: Moledo voltou
Rodrigo Moledo está de volta ao time. Fora de ação desde a vitória sobre o Vasco, ainda antes da Copa do Mundo, o camisa 4 voltará a alinhar na zaga colorada, após se recuperar de uma contusão no joelho direito.
Enquanto Rodrigo Moledo esteve em campo, ele e Victor Cuesta formavam a dupla de zaga da seleção do Campeonato Brasileiro na tradicional troféu Bola de Prata, da Revista Placar e dos canais ESPN.
— Moledo teve um ótimo início de Brasileirão, formando uma dupla segura com Victor Cuesta, sendo, inclusive, a dupla de zaga na seleção da Bola de Prata. Com Moledo, em 11 jogos, o Inter levou apenas sete gols, conquistou 66,7% de aproveitamento, e perdeu apenas um jogo. Sem o zagueiro, em cinco jogos, o time levou cinco gols, perdeu duas partidas e teve 46,7% de aproveitamento — comentou o coordenador da Bola de Prata, o jornalista paulista Rodolfo Rodrigues.
Nico 2.0
Sai um argentino, entra um uruguaio. Se D'Alessandro virou o 12º jogador do Inter, a Era Nico López está se iniciando.
Depois de duas temporadas quase invisíveis, com muitos baixos e poucos altos, o camisa sete se tornou imprescindível para este Inter de Hellmann. Um Nico que marca, arma, ataca, faz assistências e gols, e que voltou a sonhar com a seleção de seu país surgiu em 2018.
— Precisava de sequência e de confiança. Agora o treinador está me dando esta confiança e estou contente. Ainda vou evoluir ainda mais. Estou passando por um bom momento, mas estou bem porque o time está bem. Estamos lá em cima na tabela, onde está acostumado a estar o Inter. Estamos trabalhando para ficar mais à frente ainda — afirmou Nico.
Caiu no Horto...
Em 2012, a Arena Independência foi inaugurada. O antigo estádio do América-MG foi reconstruído, por inciativa própria do clube. A partir daí, nasceu uma parceria com o Atlético-MG, que paga uma espécie de aluguel para mandar os seus jogos no simpático estádio no bairro do Horto, em Belo Horizonte. Devido ao sucesso do time na nova casa, a torcida do Atlético-MG criou o bordão: "Caiu no Horto, tá morto".
E nenhum time parece ser mais afetado pelo bordão do que o Inter. Desde a inauguração da Arena Independência, o Inter jamais venceu. Seja contra o América-MG — para quem foi derrotado ainda no primeiro tempo, apenas 11 dias atrás —, Cruzeiro, mas, principalmente, diante do Atlético-MG. os números depõem contra o Inter. Em 12 partidas no Horto, foram oito derrotas, quatro empates e nenhuma vitória.
— Em jogos do Atlético-MG, a torcida transforma o Independência em um caldeirão. É pressão o tempo todo, o campo parece ficar ainda menor, porque a arquibancada é próxima ao gramado. Por isso é tão complicado para o visitante vencer aqui - disse Karina Amélia, setorista dos clube de Belo Horizonte na Rádio Inconfidência.
O inimigo direto
Se há um clube que, assim como o Inter só se preocupa com o Brasileirão e que tem pretensões de Libertadores, é o Atlético-MG. Alijados das demais competições do segundo semestre, a equipe de Thiago Larghi vê na partida contra os colorados a real chance de avançar deixando um adversário pelo caminho. Para uma equipe em reconstrução, bater o Inter significa assumir a terceira colocação do Campeonato Brasileiro.
— Perdemos pontos que nos deixariam mais à frente da tabela, mas entendemos que faz parte do trabalho. Como a gente sabe que, desde início do ano, houve uma reformulação no elenco, um rejuvenescimento da equipe, e isso demandou tempo para encontrarmos o entrosamento. Veio a parada para a Copa e perdemos jogadores. Tivemos que nos entrosar novamente, pois perdemos o meio-campo inteiro. Infelizmente, o Adilson e o Blanco se machucaram e o Cazares seria negociado. Agora, é pedir um pouco de paciência de todo mundo — afirmou Larghi.