O primeiro tempo abaixo da crítica do Inter no Gre-Nal 413, que ocasionou a derrota por 2 a 1, teve como repercussão imediata mais dois clássicos. Com os Gre-Nais de mata-mata nas quartas de final do Gauchão, o Inter mandará um time misto em voo fretado a Cianorte-PR, para a decisão da vaga à quarta etapa da Copa do Brasil, diante da equipe da casa – o Inter tem a vantagem do 2 a 0 no Beira-Rio, no jogo de ida. Além disso, há a esperança que William Pottker e Leandro Damião se recuperem das lesões e estejam aptos aos dois clássicos.
— Tivemos dificuldades no primeiro tempo. Eles encontram espaços, principalmente pelo meio. A mudança no segundo tempo foi uma conversa tática. Crescemos no jogo, 2 a 1, e talvez o empate fosse mais justo. A equipe foi madura para voltar de um primeiro tempo ruim e fazer o jogo do segundo tempo – comentou o técnico do Inter, Odair Hellmann.
Odair, que precisou deixar o clássico devido à expulsão do preparador físico Cristiano Nunes (o regulamento obriga que o treinador também deixe o jogo quando um integrante da comissão técnica recebe o cartão vermelho), poderá ficar na casamata na partida de ida das quartas de final, na Arena. O treinador assegurou que poderá manter a formação do segundo tempo, que fez o Inter ressuscitar no clássico 413.
— O que a gente sofreu no primeiro tempo, o Grêmio sofreu no segundo. A diferença foi a efetividade. Cogito começar assim (com Edenilson como lateral e Gabriel Dias no meio-campo). Já saímos do 4-4-2 para o 4-1-4-1, e já saímos do 4-1-4-1 e mudamos em meio ao jogo — declarou. — Eu não fui expulso. Fui até muito educado com os árbitros. O Cristiano foi expulso por tentar apartar uma briga. O Renato entrou em campo quando o árbitro estava sendo atendido e ninguém fez nada, só faltaram aplaudir ele — emendou Odair.
Para Roberto Melo, o Inter tem condições de fazer um confronto melhor contra o Grêmio.
— Não conseguimos jogar no primeiro tempo, foi muito aquém do que nos preparamos. O Grêmio foi muito melhor no primeiro tempo. No segundo, tivemos outra postura. Temos alguns diagnósticos, mas ainda é muito cedo, ainda estamos no calor do jogo. Vamos levar esse jogo como lição — lamentou o vice de futebol do Inter. — Temos totais condições de fazer um grande enfrentamento. O Grêmio está junto há dois anos, tem um padrão de jogo bem definido. Vamos pensar primeiro no Cianorte, depois voltaremos a pensar no Grêmio — acrescentou o dirigente.
Dudu foi o grande derrotado do clássico pelo lado colorado. Foi sacado no intervalo, depois de uma atuação digna de perder a posição para sempre, batido com facilidade por Cortez e por Everton. Edenilson foi improvisado na lateral, com o combativo Gabriel Dias ingressando para o segundo tempo. O Inter ainda tem uma substituição a fazer na lista de inscritos do Gauchão e é provável que o lateral Fabiano (contratado por empréstimo ao Palmeiras) seja registrado no campeonato e, dependendo dos treinos, já fique à frente de Dudu para os novos Gre-Nais.
Com um total de 11 estreantes (Marcelo Lomba, Dudu, Klaus, Cuesta, Iago, Edenilson, Patrick, Roger, Marcinho, Gabriel Dias e Wellington Silva) no clássico, Odair Hellmann tentou retomar a fúria da reação colorada trocando Roger por Marcinho e, quase na reta final do clássico, Patrick por Wellington Silva.
— Sabemos que o Grêmio está em um melhor momento, respeitamos isso, mas o segundo tempo foi completamente diferente, com o Inter marcando em cima. Acho que merecíamos o empate — disse D’Alessandro.
E, do alto de seus 400 jogos pelo Inter e da braçadeira de capitão, anunciou, assim que foi informado que haverá mais dois Gre-Nais nos próximos dias:
— Gre-Nal sempre é bom, vamos decidir em casa. Serão jogos totalmente diferentes. Já deu para ver que, como a gente saiu jogando no primeiro tempo, não vai dar para jogar. O encaixe da marcação no segundo tempo melhorou muitíssimo.
Patrick, um dos 11 estreantes do Inter no clássico 413, prometeu um time diferente para os Gre-Nais das quartas de final:
— A lesão do juiz nos esfriou um pouco. Quando é com o jogador eles não têm muita paciência. Perdemos a partida que tínhamos de perder. Agora vamos para duas finais. Entramos frios no primeiro tempo. No segundo mostramos como temos de jogar o clássico, com esse espírito de luta.
Assim que o clássico chegou ao fim, os jogadores do Inter se reuniram no meio-campo e conversaram por mais de um minuto. Depois, desfizeram o bolinho e se dirigiram aos torcedores, que os aplaudiam pelo empenho em campo, não pelo resultado. O torcedor colorado deixou o Beira-Rio com a certeza que somente na base da superação será possível avançar à semifinal do Campeonato Gaúcho.