O Natal passou e o Inter não contratou medalhão algum. E dificilmente contratará. Não há dinheiro para investir em reforços de peso. O meia-atacante argentino Walter Montoya foi para o Cruz Azul porque os mexicanos tinham US$ 4,5 milhões (cerca de de R$ 15 milhões) para pagar ao Sevilla. Outros exemplos de reveses no campo mercado de contratações foram as perdas do atacante David (Vitória) e do volante Bruno Silva (Botafogo), ambos para o Cruzeiro, além do atacante Roger Guedes, do Palmeiras para o Atlético-MG.
O retorno do investidor Delcir Sonda ao Inter surgiu como uma esperança para a busca de reforços para começar a temporada 2018. Porém, com necessidades mais prementes, como o pagamento de salários a jogadores, do 13º aos demais funcionários, além de quitar débitos com fornecedores, os cerca de R$ 10 milhões repassados por Sonda ao clube antes do final do ano, acabaram não sendo suficientes para concorrer contra os grandes clubes do Brasil e do México por reforços.
Assim, com poucos recursos em caixa e tendo de bancar uma folha extra em janeiro - daqueles jogadores que estão emprestados e que ainda não foram recolocados no mercado, como Anderson, Seijas e Paulão, entre outros -, resta ao Inter buscar reforços modestos. A Gabriel Dias, Ruan e Roger poderão se juntar o jovem lateral-direito do Figueirense Dudu, o volante do Sport Rithely, de 26 anos, o atacante do Fluminense Wellington Silva, 24, e o ex-zagueiro colorado Rodrigo Moledo, 30. A maior parte dessas transações deverá ser feita com pagamentos longos e parcelados, além de contar com a inclusão de atletas do Inter para reduzir os valores pedidos.
Para ter Dudu, com um contrato de cinco anos e com parte dos direitos econômicos ficando com o Inter, o clube gaúcho está cedendo atletas ao Figueirense (que virou um clube-empresa), como o zagueiro Eduardo e o meia-atacante Gustavo Ferrareis. Pelo menos mais dois jogadores deverão ir para o Orlando Scarpelli na troca pelo lateral-direito de 20 anos.
Rithely e Wellington Silva são negociações que se arrastam há semanas, e que poderão ter uma conclusão nesta semana. Em ambas as negociações, o Inter mandará jogadores para Sport e Fluminense. Os pernambucanos deverão ficar com Anselmo, Léo Ortiz e mais um jogador a ser definido, enquanto que os cariocas aguardam o retorno de Eduardo Sasha de suas férias no Exterior para definir a sua contratação.
Já por Moledo deverá haver um desembolso maior. O Panathinaikos ainda tem mais seis meses de contrato com o experiente zagueiro e pede pelo menos R$ 1 milhão para liberá-lo agora. Moledo é um desejo da direção do Inter desde o final do ano passado.
Às voltas com a falta de recursos, nesta quarta-feira a gestão terá um desafio extra: aprovar no Conselho Deliberativo a suplementação orçamentária na casa dos R$ 31 milhões. O dinheiro foi utilizado durante o ano a fim de bancar os custos do futebol para que o clube deixasse a Segunda Divisão.
Como um mínimo de conselheiros deverá comparecer à reunião extraordinária, devido ao feriado de Ano-Novo, a suplementação deverá ser aprovada sem grandes problemas. A questão que fica é seguinte: para cobrir esse gasto, o Inter precisará vender jogadores em janeiro. William Pottker e Rodrigo Dourado surgem como os principais ativos do Beira-Rio aos olhos do mercado. É bem provável que o time de 2018 comece com duas baixas importantes.