No último domingo, no Beira-Rio, presenciamos uma curiosa situação. Os números não mentem. Em um total de 253 escanteios a favor, o Inter fez zero gols. Já o Novo Hamburgo, que teve mais ou menos dois escanteios, marcou duas vezes. O que o nosso aproveitamento de saques de quina tem de pavoroso, o deles teve de matador.
O empate em placar elevado, se não nos complica tanto a vida graças a mudança de regulamento da final que exclui o saldo qualificado como critério de desempate, evidencia aquela que talvez seja a maior deficiência tática do Colorado até aqui na temporada: as bolas aéreas defensivas.
Já havíamos sofrido com isso contra o Caxias, no jogo de volta daquele embate. A coisa é tão séria que chegamos ao absurdo de levar um gol DE LATERAL do Corinthians no jogo de Itaquera. A bola sobe na área Colorada e é um pavor completo. O medo toma conta. O caos reina. O goleiro (independente de qual seja) meio que não sabe o que faz, a zaga meio que não sabe para onde vai e pimba. Caixa deles.
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Não há muita esperança de que consigamos consertar esta deficiência até o final de semana. Nem precisamos. Vencer ou não vencer o Gauchão, a essas alturas, realmente significa alguma coisa? A única coisa de ruim que pode acontecer nesses campeonatos é perder para o Grêmio. Por incompetência deles, nem na final chegaram. Se vencermos, será o sétimo título em sete anos. O décimo terceiro de 2001 para cá (período em que 17 campeonatos foram disputados). A nossa supremacia estadual é clara, evidente e absurda. Uma possível derrota no domingo não mudaria - nem sequer mancharia - isso.
Temos é que nos preocupar com a competição que inicia neste mês. A única que verdadeiramente importa neste ano. Todo o resto pode dar errado. Primeira Liga (risos), Gauchão, Copa do Brasil... tudo pode ir pelos ares, escapar por entre os dedos. Nossa única meta real em 2017 é a Série B do Campeonato Brasileiro. Fazer uma campanha tranquila, subir com antecedência, voltar para o nosso lugar no cenário nacional.
Para isso, precisamos começar a corrigir urgentemente o maior dos nossos problemas. Que, na Bê que se avizinha, bola cruzada na nossa área seja sinônimo de saída do goleiro, afastada da zaga ou de contra-ataque nosso e não mais de gol deles.