Antônio Carlos Zago parece ter definido a zaga titular para a temporada. Léo Ortiz e Victor Cuesta têm dado segurança ao setor defensivo que tanto oscilou no início do ano. Com os dois, o Inter sofreu apenas quatro gols em seis jogos. Dado significativo já que, em um mesmo número de partidas, a dupla Ortiz e Paulão contabiliza seis gols sofridos entre Gauchão e Copa do Brasil.
Ainda que tenha feito sua estreia como lateral-esquerdo diante do Ypiranga – terminou em empate de 1 a 1, que levou para os pênaltis e o Inter sagrou-se campeão da Recopa Gaúcha –, o argentino mostrou maturidade e eficiência na marcação. Tanto que não deixou mais a equipe titular desde então. E verdade também que, a dupla que hoje está firmada como titular, nasceu de forma improvisada.
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Isso porque a falta de atenção de Ortiz que acabou em gol do time de Erechim fez Zago optar por Paulão e Cuesta no jogo seguinte, diante do São José – o Inter venceu por 2 a 1. Mas uma lesão do ex-capitão fez com que a formação mudasse no intervalo da derrota para o Cruzeiro, no Gauchão, com retorno de Ortiz ao time. Erros que fazem parte, segundo Pinga, um especialista na posição e campeão da Copa do Brasil pelo Inter em 2002:
– Por ele ser muito jovem, como o Charles, tem experiência a adquirir. Não dá para exigir agora. Vão acontecer falhas, isso é fato. Mas, no decorrer das partidas, vai diminuindo por conta da sequência e entrosamento – disse o ex-jogador colorado que hoje trabalha no clube no Relacionamento Social.
Aliás, entrosamento é palavra de ordem para Pinga. E o que pode ajudar Ortiz no trabalho ao lado de Cuesta, como aconteceu com o zagueiro da década de 1990 com Célio Silva e Aloísio, unindo técnica e vigor físico no setor:
– Para ter a melhor zaga é preciso aliar um jogador altamente técnico com outro que tenha força. Eu tive a oportunidade de jogar com o Aloísio e o Célio Silva. Conseguíamos aliar isso. Eu torço muito para que o Ortiz esteja na zaga titular. Vi a trajetória dele no Inter e a sua velocidade e técnica, com a experiência de Cuesta, pode funcionar muito bem. O importante é dar sequência que, com o passar dos jogos, eles terão entrosamento, que o mais importante na posição – entende Pinga.
Ortiz parece concordar com o responsável pelo pênalti que deu o último título nacional ao Inter.
– Desde o momento que Cuesta chegou, se mostrou aberto. A gente criou uma amizade fora de campo e isso ajuda dentro de campo. Aí entrosa mais fácil – explicou Ortiz, após o treino de ontem que ainda não definiu o time para as finais do Gauchão.
Aloísio, parceiro de Pinga no setor na década de 80, vai na mesma linha ex-companheiro. Mas enxerga alguns pontos a serem melhorados pelo zagueiro recém-chegado das categorias de base.
– Ortiz é jovem e está se dando bem ao lado de um jogador experiente, rodado. Mas precisa trabalhar posicionamento, leitura do jogo sem bola, fechamento de espaço, confrontos diretos e jogo aéreo. Mas, com os treinos, vai adquirir mais experiência e fazer a leitura mais correta dos jogos – projeta o ex-jogador.
E se é entrosamento que Ortiz e Cuesta precisam para manter a média de gols sofridos baixa, a partir das 16h deste domingo, os dois terão mais uma chance na primeira final sobre o Novo Hamburgo, em pleno Beira-Rio.
*ZHESPORTES