Há 10 anos, na calorenta manhã de 17 de dezembro, o mundo ficava vermelho e colorado. Com a vitória de 1 a 0 sobre o poderoso Barcelona, de Ronaldinho, Deco e Iniesta, o Inter conquistava o sonhado título mundial. Mais do que isso, igualava o feito do maior rival e acabava com uma diferença local. Desde aquele domingo de dezembro, as discussões não se encerrariam mais na comparação de conquistas. Tudo estava igual na província de São Pedro.
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O título no Estádio Nacional de Yokohama elevou o Inter a um outro patamar. Em sua esteira, vieram outros, como o a Copa Sul-Americana e o bi da América. Mais do que isso, impulsionou o clube. Depois de 97 anos de vida, o clube poderia encher o peito e se orgulhar: havia se tornado Internacional.
Clemer – Encerrou a carreira em 2009. No ano seguinte, assumiu como treinador de goleiros do Inter e preparou Renan, Abbodanzieri e Lauro na conquista do bi da América. No ano seguinte, assumiu como técnico dos juvenis do Inter e iniciou sua carreira na casamata. Ganhou títulos na base e, em 2013, comandou o time principal na reta final do Brasileirão. Em 2015, deixou o clube após se desentender com o preparador físico do time sub-23. Começou o ano no Glória e foi campeão estadual pelo Sergipe neste ano.
Ceará – Saiu do Inter no ano seguinte ao Mundial, ao ser comprado pelo PSG. Quando o clube foi adquirido pelos xeques do Catar, seu contato se encerrou, e ele voltou ao Brasil em em 2012. Foram três anos no Cruzeiro e dois títulos brasileiros. Chegou ao Coritiba neste ano e ficou até a metade da temporada, quando foi anunciado pelo Inter. Era um dos líderes do vestiário e um dos jogadores mais experientes do grupo na campanha do rebaixamento. Aos 36 anos, tem futuro incerto no clube.
Índio – Encerrou a carreira no Inter, no final de 2014, aos 39 anos. Foram 10 temporadas no Beira-Rio e 391 partidas. Com os 33 gols marcados, se tornou o zagueiro com maior número de gols na história do clube, tendo superado Figueroa. Em seu currículo estão as duas Libertadores, o Mundial, as duas Recopas, uma Copa Sul-Americana, a Copa Dubai, Suruga, além dos Gauchões de 2005, 2008, 2009, 2011, 2012, 2013 e 2014. Segue vinculado ao clube, como embaixador, e lançou nesta semana seu projeto social na Capital.
Fabiano Eller – Aos 39 anos, ainda segue em atividade. Participou da campanha do rebaixamento do Joinville à Série C nesta temporada. Depois do Mundial, transferiu-se para o Atlético de Madrid. Voltou ao Inter para o bi da Libertadores, mas já sem a mesma vitalidade. Rodou por clubes menores, como São José-RS, Audax-RJ, RB Brasil e ficou dois anos no Náutico antes de desembarcar em Joinville.
Rubens Cardoso – Virou técnico de futebol. Em 2012, pendurou as chuteiras no Jabaquara, terceiro clube de Santos, onde acumulava a lateral-esquerda do time e o cargo de gestor. No ano passado, assumiu como técnico do Amparo, clube da quarta divisão paulista. Em março deste ano, chegou a ser anunciado por Clemer como seu auxiliar, o que não se confirmou. Recentemente, fez estágio com Tite na Seleção Brasileira.
Edinho – Aos 33 anos, segue em atividade na elite do futebol brasileiro. Neste ano, em meio ao Brasileirão, se transferiu para o Coritiba, onde alternou períodos como titular e reserva. Em 2009, deixou o Inter para jogar no Lecce. Voltou ao Brasil para o Palmeiras. Ficou no Fluminense entre 2011 e 2013, quando desembarcou no Grêmio. Acabou afastado por Felipão; Em 2015, foi reintegrado por Roger e provocou polêmica ao dizer que o grupo do Grêmio era superior ao do Inter campeão mundial em 2006.
Wellington Monteiro – Aos 38 anos, é outro que segue em atividade. Disputou a Divisão de Acesso no primeiro semestre pelo Guarani-VA e, no segundo, a terceira divisão paranaense pelo União Beltrão. Monteiro ficou no Inter até 2007. Depois, saiu para o Fluminense e rodou o Brasil. Jogou por Goiás, Linense-SP, Audax-RJ antes de voltar ao Estado para jogar em Venâncio Aires.
Alex – Outro dos campeões mundiais que voltaram ao Inter e naufragaram à Série B nesta temporada. O meia deixou o Beira-Rio em 2008, depois de ser destaque na conquista da Copa Sul-Americana. Transferiu-se para o Spartak Moscou, onde atuou entre 2009 e 2011. Voltou ao Brasil para atuar no Corinthians, pelo qual conquistou o Brasileirão. Foi atuar no Catar e voltou ao Inter em 2013. Não manteve o nível da passagem anterior e, aos 34 anos, deve deixar o clube, mesmo com contrato até julho de 2017.
Iarley – Deixou o Inter em 2008, com lágrimas e depois de ouvir do então presidente Vitorio Piffero na entrevista coletiva de despedida que "alguns jogadores pediam passagem e a fila anda". Iarley rodou pelo Goiás, Ceará e Paysandu, clubes pelo qual se destacou antes de brilhar no Boca e no Inter. Em abril deste ano, voltou ao Beira-Rio a convite de Piffero, como em uma correção histórica. Assumiu como coordenador técnico das categorias de base, cargo que segue ocupando até hoje.
Fernandão – Deixou o Inter em 2008, para jogar no Catar. Tentou voltar um ano depois e acabou no São Paulo. As dores no joelho o fizeram abandonar a carreira em 2011. Em seguida, assumiu como gerente de futebol do Inter. No ano seguinte, foi alçado ao cargo de técnico. Ficou por 122 dias no cargo a acabou demitido pelos maus resultados e também por resistência dos jogadores no vestiário, melindrados por uma entrevista em que criticou a postura dos mais experientes e reclamou que o grupo "estava na zona de conforto". Em 7 de junho de 2014, com contrato já assinado para comentar a Copa do Mundo pelo Sportv, morreu em acidente de helicóptero na cidade de Aruanã, na beira do Rop Araguaia.
Alexandre Pato – O mais jovem do grupo, tinha 17 anos na conquista do Mundial. Em 2007, foi vendido para o Milan por US$ 20 milhões (na época, R$ 37,4 milhões), e se tornou um dos principais atacantes da Europa. Mas acabou perdendo espaço e voltou ao Brasil em 2013, para atuar no Corinthians. Acabou frustrando as expectativas e o investimento do clube, de R$ 40 milhões. Em 2014, foi envolvido em troca por Jádson com o São Paulo, por empréstimo. Em julho deste ano, o Corinthians o vendeu para o Villarreal, por R$ 10 milhões por 60% dos direitos. No clube espanhol, ele é reserva atualmente.
E o Gabiru?
Autor do gol mais importante da história do Inter, Adriano Gabiru deixou o clube no ano seguinte ao Mundial. Passou a rodar por vários clubes. Primeiro na Série A, com Figueirense, Sport e Goiás. Depois, no Guarani-SP. A partir daí, perambulou por clubes de menor expressão: Mixto, Corinthians-PR, CSA, Guarany-Ba, Botafogo-ES e Panambi. Estava aposentado até acertar-se com o Taboão da Serra, para jogar a Série A-3 Paulista. Aos 39 anos, está de volta aos gramados.
Quem mais foi campeão:
Goleiros – Renan e Marcelo Boeck
Laterais – Elder Granja e Hidalgo
Zagueiro – Ediglê
Volantes – Vargas, Fabinho e Perdigão
Atacantes – Léo, Michel e Luiz Adriano