Quarenta e oito do segundo tempo. Cruzamento meio esquisito da direita, bola fácil para o goleiro. Opa! O goleiro escorrega, de joelhos vê a bola o encobrir e sobrar leve, limpa, oferecida a Aylon. Pequena área. Goleiro vendido, zagueiros longe, bola fraca, altura boa para o cabeceio. Quarenta e oito. Segundo tempo. Desvantagem de um gol no placar. Time que quer ser campeão depois de trinta e sete anos. Aylon, de orelha, manda para fora.
Ninguém poderá falar que o Inter não jogou boa partida hoje, diante do Figueirense em Florianópolis. Foram várias as chances de gol, foram muitos os minutos de superioridade em campo. Foi visível a determinação e a garra do time comandado pelo nã0-menos-aguerrido Fucks. Mas, no final, com o placar adverso, de que adianta?
De nada.
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Perder correndo muito, em pontos corridos, é a mesmíssima coisa que perder preguiçosamente. Não adianta. Não serve. Não muda nada. Ficamos empacados na tabela, vimos a liderança sair novamente das nossas mãos em uma partida que poderia – e deveria – ter sido nossa.
Talvez a amargura e a frustração nem fossem tão grandes. Há quase quarenta anos estamos acostumados a empilhar esses jogos “e se” no Campeonato Brasileiro. Em 2016, entretanto, apesar de cedo no ano, temos esperança. Conseguimos ver chances de chegar longe. Inocentemente, voltamos a nos envolver e acreditar que pode dar certo.
Ainda acho que podemos. Ainda acho que dá para brigar em cima. O que precisamos é ter a consciência de que perder, mesmo que no detalhe, não serve. Não é mérito. Não é nada.
Que contra o Coxa, na quinta-feira, essas bolas vadias que fugiram do gol deles hoje (até mesmo aos quarenta e oito do segundo tempo) carimbem as redes. E que o Inter não aceite nada menos do que os três pontos nessa infinidade de jogos que ainda restam.
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Marcelo Carôllo
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