Nos seus melhores dias, nos anos 1970, Caçapava foi uma unanimidade como campeão brasileiro. Conseguia agradar ao mesmo tempo treinadores, jogadores, dirigentes e torcedores. Tático, obedecia às ordens. Aplicado, protegia a defesa e unia o meio de campo e o ataque. Tranquilo, treinava com paixão. Dedicado, corria os 90 minutos.
Caçapava, que nos deixou nesta segunda-feira, 27 de junho de 2016, aos 61 anos, sobreviveu num setor que tinha três jogadores de Seleção Brasileira e de Copa do Mundo: Batista, Falcão e Carpegiani. Sem o dom do passe ou um futebol de lançamentos milimétricos e precisos, exibiu o pulmão. Corria por ele e por todos que precisassem. O primeiro minuto da partida se aparecia com o último.
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No grande Inter que abriu as portas do Brasil e exibiu um novo competidor contra os grandes clubes do centro do país, o volante era o operário. Sem grande poder técnico, corria. Marcava. Aproximava-se do adversário com uma energia que espantava. Muitos ficavam escondidos nas laterais. Afundavam na intermediária. Caçapava dominava o seu setor. Era citado por Elias Figueroa como o “anjo da guarda da zaga”. Ele representava o clássico jogador moldado no barro do Gauchão de antigamente: valente, aplicado, enérgico e decidido.
Seu nome virou referência. Ser um “Caçapava” é uma forma de definir um volante e classificar um jogador em toda a sua energia.
Na história colorada, Caçapava é O volante. Sua forma se foi.
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