Desde que Gustavo Ferrareis foi chamado por Argel, aos 35 minutos do primeiro tempo da partida contra o Sport, o Inter fez três gols, não levou nenhum, somou nove pontos e chegou às primeiras posições do Brasileirão. O meia de 20 anos é uma espécie de balança do bom momento do time de Argel neste início de campeonato. Deslocado para o lado direito do campo, tem a missão de municiar os atacantes e de conter avanços dos adversários. Demonstrou a mesma dedicação ao jogo que carrega desde quando chegou a Porto Alegre, há nove anos.
Natural de Lençóis Paulistas, interior de SP, passou em uma peneira promovida pelo Inter e veio fazer testes no Beira-Rio. Aprovado novamente, ficou. No início, morava com a família de um ex-colega. Depois, os pais se mudaram para o Rio Grande do Sul. Nunca mais saiu da capital gaúcha - o que pretende fazer "depois de fazer história pelo clube" e, só então "realizar o sonho de jogar na Europa". Fã de Ronaldinho e de D'Alessandro (um conselheiro em seus primeiros momentos no profissional, ainda sob a tutela de Abel Braga), o Pantera - apelido em homenagem aos tios - conversou com Zero Hora antes do treino desta quinta-feira no CT Parque Gigante.
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Como analisas esse começo de carreira profissional?
É um bom momento, começar assim é o que toda a rapaziada quer. Não esperar tanto para ter oportunidade e quando recebe, aproveitar.
A posição que estás jogando é a mesma da base?
Fiz praticamente todas as posições do meio. Mas o que mais fiz foi a de agora, pelo lado. É o jeito que gosto de jogar.
Em seguida Argel receberá reforços, alguns deles, como o Seijas, podem fazer esta função. Podes desempenhar outra tarefa?
Nos treinamentos faço bastante a do meia centralizado. Posso fazer a do segundo volante e até mesmo a de centroavante, que tenha mais mobilidade.
Nos últimos anos da base, eras o capitão.
Na verdade, foi só no último ano, na Copa do Brasil sub-20. Gosto, mas não me vejo com este perfil.
Quando subiste a primeira vez, o time tinha mais jogadores cascudos, D'Alessandro, Alex, Rafael Moura, Aránguiz. Agora, teus colegas são a gurizada. Tem diferença?
Tem bastante. Sempre digo que é uma época boa para subir, esta de agora. Porque estamos com a molecada que esteve na base com a gente, que já conhecemos. Isso facilita o entrosamento, nos deixa mais solto. É mais tranquilo.
Mesmo que não haja os cascudos para receber as críticas?
Sim, até porque tem um pessoal mais experiente para nos dar tranquilidade nos treinos e nos jogos. E o Argel também dá apoio para a gente, pede para repetirmos em campo o que treinamos.
Na quarta-feira, Argel respondeu que "quer ser líder em todas as rodadas". É bom estar lá em cima da tabela já agora?
Com certeza. Se não fosse bom, nenhum time estaria brigando por isso. Mas é só o início do campeonato. Temos que manter o que fizemos até agora para ser campeão, jogo a jogo dando o máximo.
No gol contra o Juventude, o primeiro de profissional, imitaste uma pantera.
É uma homenagem que faço aos meus tios, Evandro e Paulo. Eles gostam da pantera, têm até uma tatuagem do animal, faziam aquela imitação quando faziam gols nas peladas. Fiz e vou continuar fazendo.
É para pegar o apelido, Gustavo Pantera?
Pode pegar, não me importo. Na verdade, até gosto.
Pantera colorada
"É pelo lado que eu gosto de jogar ", afirma Gustavo Ferrareis
Jogador foi titular nas partidas contra Santos e Atlético-PR
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