No Piauí, a situação de aperto financeiro deixava Caçapava apreensivo. Um dia, em São Paulo, longe de onde morava na época, encontrou o treinador do Inter no bicampeonato nacional, Rubens Minelli, e ouviu o seguinte conselho:
– Volta para Porto Alegre. Procura o pessoal do Inter, pois você é ídolo lá.
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E Caçapava voltou para casa. Era 2011 e o Inter jogava a Libertadores, treinado por Paulo Roberto Falcão.
– Ele apareceu aqui. Como sempre foi muito representativo para o clube, decidimos contratá-lo para trabalhar junto aos torcedores do Interior, a fim de conquistarmos mais sócios, nas festas dos consulados – conta Gelson Pires, ex-diretor de comunicação social do Inter. – Ele passou a viajar o Estado inteiro, ao lado do Vacaria e do Valdomiro, levando as taças do clube para essas festividades – acrescenta.
Nesses eventos, Caçapava costumava atender a todos, para tirar fotos, dar autógrafos e contar causos do timaço do Inter nos anos 70.
– Quando a piazada chegava perto dele, dizia: "Não te vi jogar, mas o avô viu e disse que tu jogava muito". Aí o Caçapava abria um sorrisão e começava a contar histórias. A imagem que vou levar para sempre é a de um cara feliz, que soube ser ídolo e com muita vontade de viver. Foi cedo demais – declara Pires.
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