Duas curiosidades chamam a atenção do Inter de Argel com relação às cinco finais anteriores do Gauchão: 1) A folha de R$ 5,5 milhões é inferior a de todas as demais temporadas. 2) A média de idade da equipe que começará a final de domingo é superior à do time de 2015. Naquela equipe que bateu o Grêmio na final do campeonato, boa parte da equipe de Diego Aguirre tinha apenas 20 anos.
– Nesses últimos seis anos, o Inter teve times melhores do que o atual para ganhar o Gauchão. E acho que o time do Argel vai ganhar também, pois fez uma vantagem boa na Serra, e não porque tem superioridade técnica, pois ela não existe. O atual Inter é o mais modesto e também o mais barato – analisa Adroaldo Guerra Filho, o Guerrinha, comentarista da Rádio Gaúcha.
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Para Guerrinha, o que faz o time de 2016 não ser badalado como os demais é a ausência de uma liderança técnica em campo:
– A questão é que essa equipe não tem o engenheiro, aquele jogador que faz a diferença. No caso, o D'Alessandro. E vai precisar desse engenheiro para o Brasileirão. O Inter se defende bem, mas não ataca bem porque tem pedreiros, mas não tem o engenheiro.
Parte do time pentacampeão segue no elenco de 2016. Alisson, William, Rodrigo Dourado, Geferson, Valdívia e Sasha foram titulares com Aguirre nos Gre-Nais que decidiram o Estadual. No ano passado, apesar de o clube estar envolvido na Libertadores, a renovação do time foi levada a cabo pela direção. Com idade média de 24,1 anos, a formação que fez 2 a 1 no Grêmio, na final do Beira-Rio, é a mais jovem do Inter nesses últimos seis anos de Gauchão.
– Aquela reformulação foi importante para o clube. Até financeiramente, pois os jovens do ano passado já tiveram o valor triplicado. E eles são o patrimônio do clube. Mas sabemos que para se ter sucesso com essa rejuvenilização do será preciso obter resultados em campo – comenta o vice de futebol colorado, Carlos Pellegrini. – Em 2015, apesar de o time ser um pouco mais jovem, não estava tão equilibrado em termos de idade como o time de hoje. Atualmente, o nosso jogador mais experiente é o Paulão, que tem 30 anos – acrescenta o dirigente.
O time de Argel tem números semelhantes aos da equipe que conquistou o tricampeonato gaúcho, sob o comando de Dunga. A média de gols marcados é a mesma: 1,7 por partida. Nos gols sofridos, por enquanto a turma de 2013 leva suave vantagem: 0,52 contra 0,58 por jogo, enquanto que a equipe de Dunga ganhou 14 jogos (com três partidas a mais no campeonato, que era disputado por 16 clubes, e não 14 times, como nesta temporada), contra 13 vitórias do time atual.
Porém, os números mais contundentes pertencem ao Inter bicampeão de 2012. Mesmo envolvido na Libertadores, a equipe ganhou o Gauchão na final contra o Caxias (que havia vencido o primeiro turno, denominado Taça Piratini, enquanto o Inter venceu o segundo, a Taça Farroupilha). E ficou com todos os recordes do torneio: melhor ataque (47 gols marcados), melhor defesa (16 gols sofridos) e o goleador do campeonato (Leandro Damião, com 12 gols).
– Nosso time em 2012 era muito ofensivo. Dorival (o técnico Dorival Júnior) sempre cobrava que fôssemos agressivos no ataque. Mas vejo o time do Argel também com essa sede por vitórias – analisa Índio.
Dono de sete conquistas de Gauchão com o Inter, o ex-camisa 3 colorado cita, porém, o título de 2011, o primeiro da série, com Falcão e Renato Portaluppi como treinadores, como o mais dramático de todos os regionais.
– Fomos para a final com o Grêmio, que era o campeão gaúcho. Para piorar tudo, o Gauchão virou Copa do Mundo porque Inter e Grêmio haviam sido eliminados da Libertadores naquela semana (o Inter para o Peñarol e o Grêmio para a Universidad Católica). Perdemos por 3 a 2, em casa, e devolvemos o 3 a 2, no Olímpico. Ganhamos nos pênaltis aquela que foi a final de Gauchão mais sofrida de todas – conta Índio.
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