Um tratamento particular para emagrecer estaria por trás do doping de Nilton e de Wellington Martins. Sem consultar os médicos do Inter, eles teriam feito uso de um medicamento para perder peso. A iniciativa teria partido de Nilton que, ao comentar o sucesso do tratamento por conta própria com Wellington, teria repassado a sugestão ao amigo. Resultado: foram pegos nos exames antidoping. Zero Hora tentou entrevistar os dois jogadores, mas a orientação do departamento jurídico do clube é para que eles não se manifestem.
Inter tem cinco dias para apresentar defesa em casos de doping
Assim que o Inter teve acesso à informação da CBF, na segunda semana de outubro, confirmando a presença de hidroclorotiazida e de clorotiazida na urina dos dois jogadores - diuréticos proibidos porque podem mascarar substâncias dopantes - , eles foram confrontados pela direção e receberam ordens expressas para encerrar qualquer consumo de remédios não autorizados pelos médicos do clube. Foi feito então um pacto de silêncio no clube. O vestiário ficou ao lado dos jogadores, mas, internamente, houve um desconforto muito grande entre os demais atletas e a comissão técnica. Todos ficaram sob suspeita e, temendo uma punição ao Inter, o que poderia ocorrer se mais de dois atletas surgissem com exames positivos em um jogo, a direção tratou de realizar exames antidopings preventivos em todo o elenco. A um custo superior a R$ 66 mil, algo que não é feito rotineiramente em clubes brasileiros, apenas em situações de emergência. E esse era o caso.
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Em 29 de outubro, a CBF encaminhou os exames para que fossem feitas as contraprovas nos Estados Unidos. O Inter decidiu enviar um emissário à UCLA (Universidade da Califórnia, Los Angeles), a fim de acompanhar os testes no laboratório olímpico da universidade. O colorado designado para a missão foi o médico Mateus Falcão. Enquanto o resultado não era conhecido, os jogadores seguiam liberados para atuar. Wellington não voltou mais ao time. Nilton foi titular na derrota para o Goiás e na recente vitória sobre a Ponte Preta. Nesses dois jogos, porém, o volante não suportou o tempo todo e foi substituído no segundo tempo. Na tarde de segunda-feira, por volta das 16h, os resultados dos testes de contraprova foram enviados ao Beira-Rio e apenas comprovaram o que já se esperava no clube: positivo para hidroclorotiazida e para clorotiazida.
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A partir de agora, o Inter prepara a defesa dos atletas. O departamento jurídico do clube entregará a peça na segunda-feira ao STJD. Depois disso, a Procuradoria do Tribunal terá dois dias para analisar os autos e marcar o julgamento dos dois jogadores - o que deverá ocorrer ainda neste mês. O Inter alegará "doping involuntário" e pedirá a absolvição de Nilton e de Wellington Martins - ainda que, nos bastidores, seja esperada uma suspensão de 30 dias a seis meses em primeira instância. A dupla deverá comparecer ao julgamento no STJD. Como a parte derrotada poderá recorrer ao Pleno do STJD, é possível que o caso de dupla doping no Beira-Rio tenha um final somente em 2016. Blindados até o julgamento, é possível que ambos passem a treinar em horários alternativos.
* ZHESPORTES
Contra a balança
Remédio para emagrecer teria sido a causa do doping de Nilton e Wellington Martins
Sem consultar os médicos do Inter, eles teriam feito uso de um medicamento para perder peso
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