Construído em 1973 junto ao Gigante da Beira-Rio, o ginásio de esportes do Inter já teve seus dias de glória. Com o Maracanãzinho e o Mineirinho, formava o trio de ginásios mais modernos e com maior capacidade do Brasil e uma das maiores do mundo.
Inúmeros shows passaram por ali, como Bob Dylan, Ringo Starr e B.B King, para citar apenas três. Competições memoráveis tiveram seu palco no Gigantinho, sendo uma das mais marcantes a vitória do Inter com seu time de futsal contra o Barcelona na Copa Intercontinental da modalidade.
Mas o tempo passou, e o ginásio foi se tornando obsoleto. Os shows começaram a rarear, em função da abertura de novos espaços na cidade que comportam público semelhante, oferecendo muito mais comodidade. O custo de manutenção também foi ficando cada vez mais pesado para o clube. Nem mesmo os eventos esportivos ocorrem mais no Gigantinho, pela precariedade da quadra e de suas instalações.
Quando estava na vice-presidência, procuramos algumas empresas que poderiam ter interesse em explorar o ginásio em parceria com o clube. De todas, ouvimos a mesma coisa: o custo para "modernizar" o espaço e torná-lo novamente atrativo seria muito grande, não compensando o investimento. Com este cenário posto, o clube está diante de uma decisão: o que fazer com o Gigantinho?
Na minha opinião, o ginásio deveria dar espaço a torres comerciais, possibilitando ao clube passar toda a sua parte administrativa para elas e, ainda, lucrar (e muito) com a locação de espaços comerciais a terceiros. E não faltarão parceiros interessados neste negócio, sem que o clube se onere. Poderíamos, ainda, construir um pequeno ginásio ao lado das torres, coisa para 2 mil ou 3 mil pessoas. Outra vantagem é que toda área interna do Beira-Rio, hoje usada pela administração, ficaria livre para ser rentabilizada.
Lembro dos anos que perdemos dentro do Conselho Deliberativo discutindo o destino da área dos Eucaliptos. Os mais saudosistas pareciam não entender que os tempos eram outros e que o clube necessitava da receita oriunda da venda daquele terreno para continuar seguindo em frente. Como a história bíblica de Moisés, que levou seu povo por 40 anos pelo deserto até que uma nova geração florescesse e pudesse entrar na Terra Prometida, o clube teve de esperar a renovação de seus quadros para que a história seguisse em frente.
Não sei se esta proposta é a melhor. Mas sei é que não devemos levar mais 40 anos vagando pelo deserto para tomarmos alguma decisão, seja ela qual for.