O Beira-Rio será palco, nesta quarta-feira, de dois times longe do topo da tabela do Brasileirão. A partir das 22h, Inter e Flamengo se enfrentam pela 12ª rodada na tentativa de afastar a crise que está pronta para se instalar em Porto Alegre e no Rio de Janeiro - para o Inter, a apenas uma semana do confronto com o Tigres, no primeiro jogo da semifinal da Copa Libertadores.
O mau momento dos dois clubes é evidente na classificação do Brasileiro: o Colorado está em 14º lugar, com 13 pontos, justamente à frente do time carioca, 15º colocado com 10 pontos. Os dois times têm apenas três vitórias e contam com saldo de gols negativo após 11 jogos.
O time do técnico Diego Aguirre degringolou nas duas últimas rodadas. O Inter enfrentou Sport e Atlético-MG, que dividem com o Grêmio a liderança do campeonato, e foi derrotado por 3 a 0 e 3 a 1, respectivamente. A derrota para o Galo derrubou uma invencibilidade de oito meses no Beira-Rio - e também os números vermelhos.
O grande problema do Inter tem sido o ataque. Com apenas oito gols, os colorados têm a quinta pior produção ofensiva do certame, superior apenas a Joinville, Coritiba, Vasco - todos na zona de rebaixamento - e Goiás, o 16º colocado. A equipe tem uma média de apenas 3,7 finalizações em gol por jogo, de acordo com o Footstats. Para efeito de comparação, o Palmeiras, sétimo colocado, tem média de 6,1 chutes certos a cada partida.
Na defesa, o Colorado vinha bem até viajar a Recife para o jogo com o Sport. O time tinha, até então, sete gols sofridos em nove jogos, com a melhor defesa da competição. Depois dos seis gols contra nas duas últimas partidas, contudo, o número passou a 13 gols sofridos em 11 jogos, média de 1,18 por jogo.
O Flamengo, por sua vez, vem sofrendo desde o início do Brasileirão. O desempenho fraco dos rubro-negros provocou a troca de treinador após a terceira rodada, com a queda de Vanderlei Luxemburgo e a contratação de Cristóvão Borges. O clube teve evolução após a mudança, e conquistou suas três vitórias com o novo técnico. Nos últimos quatro jogos, porém, o Flamengo sofreu três derrotas e voltou a cair na tabela: tem os mesmos 10 pontos do Santos, primeiro time do Z-4.
Assim como o Inter, o Flamengo também sofre com a fragilidade ofensiva. O time tem 15 gols marcados, mas finaliza ainda menos que o Inter, com média de 3,55 por jogo - a média geral dos times do Brasileirão é de 4,3 chutes na direção do gol por jogo.
Como resultado, as campanhas dos dois times são fracas: em 11 jogos, o Inter tem três vitórias, quatro empates e quatro derrotas, com 13 pontos e 39% de aproveitamento. O Flamengo soma 10 pontos, com três vitórias, um empate e sete derrotas - é o segundo time que mais perdeu no Brasileirão, ao lado do Coritiba, melhor apenas que o lanterna Joinville. O rubro-negro tem 30% de aproveitamento.
Atacante Guerrero fará seu primeiro jogo pelo clube
Foto: Gilvan de Souza/Flamengo, divulgação
Para o Flamengo, o jogo no Beira-Rio deve marcar a estreia do peruano Paolo Guerrero, principal contratação do time na temporada. E este é o trunfo dos cariocas, de acordo com o colunista Diogo Olivier.
- O Flamengo tem a estreia de Guerrero, um dos melhores centroavantes do planeta, mas é o primeiro jogo dele em um time em crise existencial. O Inter, apesar de fazer campanha semelhante, vai para este jogo com a escalação mais próxima possível do time da Libertadores e, pela primeira em alguns jogos, no modelo tático que mais bons desempenhos produziu: o 4-2-3-1, com velocidade na linha atrás do jogador mais adiantado, no caso Alisson Farias e Valdívia. Os dois volantes, Rodrigo Dourado e Wellington, reproduzem a ideia da dupla Dourado-Aránguiz. Parece-me que a partida contra o Flamengo, para o Inter, já faz parte do jogo com o Tigres.
Setorista do Flamengo no jornal carioca Lance!, o repórter David Nascimento ressaltou que um mau resultado em Porto Alegre pode derrubar o técnico Cristóvão do comando do clube - ele foi contratado no dia 27 de maior.
- O Cristóvão só não foi demitido na reunião do conselho gestor do Flamengo, feita na segunda-feira à noite, devido à chegada do Guerrero. Ele e o Rodrigo Caetano tinham chances de sair, mas ganharam a chance por causa da estreia do Guerrero. A questão toda é que a direção precisa agir rápido se for mesmo demitir o Cristóvão: o nome mais cotado é o do Oswaldo de Oliveira, que também está sendo procurado por mais times - explicou Nascimento.
Em vídeo, Luiz Zini Pires comenta a importância de Nilmar para o Inter
Imagens: Fernando Gomes
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