
O sistema de Diego Aguirre aposta no rodízio de jogadores para levar uma temporada de calendário cheio para o Inter. Nesta quarta-feira, contra o Sport, o treinador novamente resolveu poupar alguns atletas e apostar em uma escalação alternativa. Os jornalistas Diogo Olivier, Renato Maurício Prado e Paulo Calçade avaliam a forma de trabalho de Aguirre.
Diogo Olivier, colunista de Zero Hora
O melhor é ter um time titular e usá-lo o maior número de vezes possível, para dar ritmo e entrosamento. O que não exclui trocas eventuais por questões musculares, médicas ou quando há uma decisão três dias antes ou três dias depois. Isso tem de ser respeitado, e Diego Aguirre tem crédito de sobra para tanto, pois faz bom trabalho. No Gauchão, o time alternativo revelou ótimas opções, mas no Brasileirão, com nível muito maior, é um perigo. Messi, no Barcelona, tem um índice altíssimo de participação nos jogos, em todas as competições.
Renato Maurício Prado, comentarista e apresentador do Fox Sports
A ideia de poupar jogadores com análise clínicas, com aqueles exames de sangue que dão a situação do jogador, se vai estourar ou não, acho razoável e inteligente. Agora, trocar por filosofia, para todo mundo jogar, eu acho estranho. Ele perde entrosamento do time. Quer manter elenco motivado, ok. Mas tem de ter, também, um time-base entrosado. O elenco do Inter é bom, mas não é o Barcelona, que sai um e entra outro e mantém a qualidade. O time reserva do Inter é pior que o time titular. Ao final da temporada, até pode dar certo e muita gente irá dizer: "Viu só?". Pelo que ele vem realizando até agora acredito que sabe o que está fazendo. Tem crédito. Foi criticado neste início de temporada, mas me parece estar conseguindo os resultados que o Inter quer, que o Inter almeja. Além de que o Inter tem de pensar na Libertadores. Brasileirão fica em segundo plano.
Paulo Calçade, comentarista da ESPN
Temos uma resistência cultural no futebol: vemos 11 pessoas e o que foge dali é reserva ou time misto. Eu acho que isso é cultura. Temos uma dificuldade de entender o que é um grupo de trabalho em uma temporada que fragmenta os trabalhos dos treinadores. Acho complicado dizer que ele está certo, mas também que está errado. Aqui achamos que tem de ter coletivo, gritar com jogador e se você rodar você está errado. A visão brasileira é que time entrosa jogando. Mas você pode entrosar no treino, no conceito, na conversa de vestiário. A visão moderna de treinamento é: você treina como você joga, você joga como você treina. Temos a cultura de que o individual decide o jogo. Não pensamos na solução coletiva. Hoje, o que decide o jogo é o coletivo e não o individual.
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