Há um ano, o Brasil acordava com uma notícia que apunhalou até mesmo o menor fã de futebol: a morte de Fernando Lúcio da Costa, o Fernandão, aos 36 anos. Para colorados foi ainda pior: a trágica queda do helicóptero em Goiás abriu uma ferida profunda na alma, que dói a cada lembrança do ídolo. As lágrimas derramadas por torcedores na manhã deste domingo de sol, no Beira-Rio, mostrou que a perda do capitão ainda não cicatrizou - e talvez nunca cicatrizará.
Aceitar que o líder do Mundial morreu cedo, e de forma inesperada, ainda é difícil para corações colorados, mesmo após um ano de ausência. Para marcar a data que espalhou luto sobre o Inter, cerca de 8 mil torcedores de todas as idades chegaram ao estádio duas horas antes da partida contra o Coritiba, onde participaram de uma missa em homenagem ao eterno camisa 9.
- Por que ir tão cedo, ele que era uma pessoa tão carinhosa e lutadora? - questionou a torcedora Irma Candaten, 73 anos, emocionada com a missa.
VÍDEO: um ano após a morte de Fernandão, estátua vira ponto de peregrinação
A celebração foi realizada em um palco montado ao lado da estátua do jogador, e emocionou a todos que acompanharam, principalmente a família do ídolo. Em um espaço reservado a familiares e amigos de Fernandão, a viúva Fernanda Bizzotto da Costa e os filhos Enzo e Eloá assistiram à missa da primeira fila. O ato religioso foi conduzido pelo padre da Capela Nossa Senhora das Vitórias, que fica no Beira-Rio, Leandro Chiarello.
- Que Deus nos ajude a enfrentar a perda do nosso irmão - afirmou o padre, seguido de aplausos da torcida.
Durante a celebração, Eloá caminhou ao altar levando uma bola de futebol, e Enzo a taça do Mundial, para simbolizar todas as conquistas do pai com a camisa vermelha (veja vídeo abaixo).
Após receber a taça das mãos de Enzo, o padre a ergueu para a torcida, que aplaudiu o ato sob gritos de "Fernandão, Fernandão". O amigo de Fernandão e vice-presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) Nilo Job foi o responsável por falar em nome da família durante a missa.
- Perder um amigo é perder uma parte da alma - relatou.
O ato terminou com aplausos, choro e mais gritos de "Fernandão". No caminho entre o espaço onde a missa foi realizada e a entrada do estádio, Fernanda e os filhos receberam abraços e presentes da torcida, atos de carinho para mostrar a eles que a dor da família é compartilhada por uma nação de colorados.
- Eu só tenho a agradecer - resumiu Fernanda, antes de entrar no Beira-Rio para assistir à partida com os filhos.
No pátio do estádio, milhares de torcedores ainda reuniam-se ao redor da estátua de Fernandão, tirando fotos com o monumento e homenageando o jogador.
- A gente só tem a agradecer a felicidade que ele nos deu, de ser campeão de tudo. Tenho certeza que ele seguirá torcendo por nós lá de cima - relatou a torcedora Glaci Bilhalva, 78 anos.
Para ela e os cerca de 8 mil colorados que acompanharam a celebração, Fernandão morreu como ídolo para renascer como lenda: o eterno capitão.
"Fernandão dizia que não iria ao Japão participar, iria para ganhar", lembra ex-presidente do Inter
Confira a galeria de fotos da missa que marca um ano da morte de Fernandão:
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