O dia em que o Olímpico voltou a ter alma de Olímpico. Assim este sábado, 28 de setembro, foi festejado por centenas de torcedores que voltaram ao Velho Casarão. Em comemoração aos 121 anos, o clube promoveu uma festa na antiga casa da Azenha.
O reencontro com a história já estava marcado logo no pórtico de entrada. Uma das atrações principais era o Túnel do Tempo, uma estrutura lembrando os principais feitos do clube.
Figura histórica no passado, João Severiano, aos 83 anos, fez questão de reviver sua antiga casa. A cada passo pelo pátio do Olímpico, era parado por torcedores que já viveram a história do clube por mais tempo, mas também pelos mais jovens para fotos e autógrafos.
Voltar ao Olímpico também é sinônimo de reviver emoções. Zagueiro do Grêmio nos anos 80, Baidek descreveu com detalhes o jogo mais marcante de sua carreia no estádio: a final de 1983, contra o Peñarol, no primeiro título de Libertadores do clube.
— Nós tínhamos a responsabilidade e fizemos de tudo para vencer aquele título. É um jogo que sempre me deixa emocionado quando eu falo. Jamais o torcedor vai esquecer. Para mim, viver tudo isso é uma felicidade, é um reconhecimento por tudo que fizemos — relembrou o ex-jogador em entrevista ao programa Show de Bola, da Rádio Gaúcha.
Quem viveu a história
Ao ser questionado sobre a sensação de voltar ao Olímpico, o torcedor Mário Vitória foi taxativo:
— Eu vivi toda essa história aqui.
Ao passar pela entrada, de volta ao Estádio, ele relatou um pouco da emoção de toda a torcida.
— Tudo isso aqui me deixa muito emocionado, porque eu vim aqui criança praticamente. Hoje sou um vovô e estou trazendo minha neta e minha filha e eu estou muito feliz. Isso aqui foi uma criação muito bacana deles, faz a gente relembrar o passado maravilhoso do Grêmio — relatou.
Sentimento compartilhado por outro gremista da velha guarda, Leoni Moraes. Com os seus cabelos brancos, ele contou um pouco sobre como foi a experiência de pisar no antigo estádio.
— Reviver as conquistas tricolores é fantástico, nesse lugar que eu presenciei por muitos e muitos anos. Isso é reviver o passado do Grêmio.
Para os gremistas da geração mais jovem, voltar à atmosfera de um lugar com tantas histórias é deixar um recado para o restante da temporada.
— A sensação de estar aqui é de nostalgia pura de tudo que o Grêmio já viveu aqui nesse estádio e do que representa esse lugar. Um recado pro Grêmio esse ano é: vamos colocar a alma desse Olímpico dentro do campo pra representar toda a torcida apaixonada que o Grêmio tem — destacou o torcedor Diego Fortes.
Mobilização do time em Brasília
Justamente no sábado de festividades em Porto Alegre, outra parte do clube seguia mobilizada em Brasília para o duelo contra o Botafogo, pelo Brasileirão, no Mané Garrincha.
Diante do último desempenho contra o Criciúma, na derrota na Arena, o time precisa se recuperar na tabela de classificação. Mesmo contra o líder do Brasileirão, a confiança é por um desempenho satisfatório fora de casa, segundo o presidente Alberto Guerra.
— Estamos preparados. Será um jogo muito importante. Sei que na última partida (contra o Criciúma) não foi da maneira que todos esperavam, mas tenho a convicção de que o Grêmio vai sair logo, logo, desta situação não muito confortável até para gente já começar planejar 2025.
Guerra ainda destacou a iniciativa planejada pelo clube unindo as festividades dos 121 anos do Grêmio e dos 70 anos estádio.
— A gente quer parabenizar todo nosso pessoal do Grêmio que teve essa bela sacada de poder trazer para cá, para o Olímpico, enquanto ele ainda está aqui. Para a gente poder relembrar esse passado glorioso desse estádio. Foi minha segunda casa durante muito tempo. Nada melhor do que comemorar o aniversário não só do Grêmio, como do Estádio Olímpico junto à nossa torcida, junto aos nossos sócios.