No considerado maior confronto da história da Série B, o Grêmio sucumbiu diante de um bem organizado Cruzeiro, no Independência, em Belo Horizonte, e foi derrotado por 1 a 0. O gol dos mineiros saiu no primeiro tempo, marcado contra pelo lateral Rodrigo Ferreira.
Na segunda etapa, o Tricolor conseguiu ocupar o campo de ataque, teve mais a bola, com posse de 54% (havia tido apenas 37% antes do intervalo), mas não criou o suficiente para, pelo menos, empatar o jogo. Com a vitória, o Cruzeiro chegou aos mesmos 13 pontos do líder Bahia enquanto o Tricolor parou nos 10, em quarto lugar.
No lado gremista ficou a lamentação pelo resultado e o reconhecimento de que o time não fez um bom primeiro tempo. O capitão Geromel admitiu que a estratégia de marcar mais atrás e dar campo para o Cruzeiro não funcionou.
— A gente deu espaço, mas eles não tiveram muitas chances de gol e volume de jogo. Foi uma proposta nossa que não deu resultado. Foi um grande jogo. Jogar contra clube grande é sempre bom. Temos de lamentar o resultado, levamos o gol em um lance infeliz. Mas foi um jogo bem jogado. Precisamos dar parabéns para o Cruzeiro pela vitória — afirmou.
O técnico Roger Machado detalhou sua estratégia. Afirmou que sabia que o Cruzeiro iria colocar muitos jogadores no campo de ataque. Por isso, o Grêmio precisaria ter rapidez na troca de lado das jogadas assim que recuperasse a bola. Ele afirmou que a falta de boa execução desse fundamento foi determinante para o sofrimento nos primeiros 45 minutos.
— É uma equipe que entra pouco no momento defensivo, que pressiona alto e tem um pós-perda rápido. A ideia era de trocar de corredor assim que retomássemos a bola por um lado, mas conseguimos poucas vezes acionar esse segundo momento. Com a amplitude, os nossos atacantes foram bastante sacrificados nessa partida. A gente sabia que marcando com linha de cinco e até de seis em alguns momentos, se não conseguisse encaixar os contra-ataques fazendo o Cruzeiro correr para trás, ia ter pouco a bola — afirmou Roger, que, apesar do gol, entendeu que o Grêmio marcou bem no primeiro tempo.
Roger também explicou a postura dos seus atacantes de lado. Elias e Biel voltaram bastante, formando com os defensores uma última linha de seis homens em alguns momentos. O treinador ressaltou que o sacrifício deles era necessário e que ocorreu várias vezes exatamente porque o Grêmio foi pouco efetivo quando teve a bola no primeiro tempo.
— O que a gente espera é que a compactação do time inteiro possa encurtar o caminho desses jogadores, mas o Cruzeiro conseguiu hoje, com posse e atletas com bolas longas, o que é preciso nesse modelo para castigar os adversários, fazer essa bola girar de um lado para o outro. Falei antes que seria jogo de sacrifício dos pontas. É isso ou mudar o sistema, o que não foi o caso para o jogo porque a gente acreditava que poderia marcar bem — avaliou.
Em relação ao segundo tempo, quando voltou com Gabriel Silva no lugar de Lucas Silva, Roger afirmou que precisava de maior velocidade com a bola. Ele avaliou como boa a atuação do garoto e deixou a possibilidade de ter o meia como titular já na próxima rodada.
— O Lucas não estava conseguindo. Ele é um jogador que precisa de dois ou três toques para organizar melhor as jogadas e o Gabriel, com um pouco mais de dinâmica, podendo se livrar de costas da marcação, fez com que pudéssemos entrar mais no campo do Cruzeiro. O Gabriel entrou bem, levou o nosso time para frente. Ele empurrou bolas em profundidade, teve peso para marcar. Ele tem entrado bem e é uma possibilidade para iniciar as partidas, tudo dependendo das características de cada jogo — projetou.
Roger Machado agora terá longo tempo para preparar o time. O Grêmio só voltará a campo na próxima segunda-feira (16), quando encara o Ituano, novamente fora de casa. Após ter cumprido suspensão, Nicolas poderá voltar para a lateral esquerda.