Seis anos após sua despedida, Felipão é o novo técnico do Grêmio. Um dos maiores ídolos na história do clube, o treinador retorna a Porto Alegre para assumir o lugar deixado por Tiago Nunes, demitido na noite de domingo (4), após nova derrota pelo Brasileirão. Ele tem como objetivos livrar o Tricolor da zona de rebaixamento e disputar os títulos das copas Sul-Americana e do Brasil. Scolari assina contrato até o fim de 2022.
A última passagem de Luiz Felipe Scolari pela casamata gremista ocorreu entre 2014 e 2015, quando substituiu Enderson Moreira. O vínculo foi encerrado em maio de 2015, quando o presidente já era Romildo Bolzan Júnior. Cerca de um mês mais tarde, Felipão assinou com o Guangzhou Evergrande, da China. GZH relembra como foram os trabalhos do treinador nos últimos seis anos.
1) Passagem vitoriosa pela Ásia
Durou cerca de dois anos e meio a estadia do gaúcho pelo futebol asiático. Logo na primeira temporada, conquistou o Campeonato Chinês e a Liga dos Campeões da Ásia, principal título do continente. Terminou o Mundial de Clubes com o quarto lugar, após ser goleado por 3 a 0 pelo Barcelona na semifinal.
Despediu-se do time em outubro de 2017 com sete títulos comemorados. Além dos já citados, conquistou o título nacional mais duas vezes (2016 e 2017), a Copa da China (2016) e a Supercopa da China (2016 e 2017).
2) Retorno ao Brasil
Scolari anunciou sua volta ao país em julho de 2018, e para comandar outra equipe com a qual tem identificação: o Palmeiras. No clube paulista, teve a curiosidade de substituir Roger Machado, seu jogador durante os anos 1990 e responsável por ocupar o lugar deixado por ele no Grêmio em 2015.
Foi também no time da capital paulista que Felipão viveu seu melhor momento recente no futebol brasileiro. Em novembro de 2018, uma vitória sobre o Vasco confirmou o título do Brasileirão daquele ano após arrancada histórica, com direito a 23 jogos de invencibilidade.
Em 2019, não conseguiu repetir o bom desempenho e, apesar de uma boa largada no Campeonato Brasileiro, foi demitido em setembro, quando o time caiu de rendimento. Na Libertadores daquele ano, foi eliminado nas quartas de final, justamente pelo Grêmio.
3) Cruzeiro na Série B
Felipão voltou a trabalhar em 2020, novamente em um clube em que marcou época no passado. Aceitou o desafio de tentar livrar o Cruzeiro da queda para a Série C após três técnicos terem recusado a proposta cruzeirense. Assumiu o time na penúltima colocação da Série B e despediu-se depois de 21 jogos, com nove vitórias, oito empates e quatro derrotas — aproveitamento de 55%.
A campanha foi suficiente para evitar a queda cruzeirense, mas não bastou para a equipe sonhar com o acesso à elite do futebol nacional. No momento da sua saída, a Raposa era a 12ª colocada.
Em Belo Horizonte, o treinador teve problemas com a diretoria, que atrasava salários dos jogadores e da comissão técnica. Também reclamou publicamente em alguns momentos sobre a montagem de elenco da equipe.