De todos os Gre-Nais do ano, o deste sábado (3) é, em questão de tabela de classificação, o que tem menos importância. É pelo Gauchão, primeira fase, a Dupla ponteia. Os clássicos que vierem depois pesarão mais. Se forem pelo Estadual, serão mata-mata.
Assim como ocorrerá se valer pelas Copas do Brasil ou Sul-Americana. E se colorados e gremistas cruzarem pela Libertadores, sabemos como funciona. Certo mesmo é que haverá pelo Brasileirão, uma competição mais relevante.
Mas como imaginar um clássico sem relevância quando o Grêmio defende uma invencibilidade recorde dentro de casa? Pensando também na decisão da Libertadores que se aproxima, que surpresas Renato reserva na escalação?
No lado do Inter, haverá a estreia de um treinador espanhol que chega projetando uma nova era. Seguirá experimentando ou colocará o que pensa ter de melhor? E quantos meninos, em ambos os lados, estão sedentos por fazer história?
Foco dividido: Gauchão e Libertadores
O Gre-Nal 430 chega no momento mais importante do calendário do Grêmio neste começo de temporada. Quatro dias depois do clássico, o Tricolor vai enfrentar o Independiente del Valle pela ida do confronto que definirá sua vida na Libertadores.
Assim, Renato Portaluppi e sua comissão técnica têm a missão de manter a invencibilidade na Arena e tentar recuperar a hegemonia contra o Inter sem se descuidar do compromisso continental.
Comandante da equipe reserva que empatou com o São Luiz na quarta-feira enquanto Renato estava em Porto Alegre preparando os titulares, o auxiliar Alexandre Mendes reconheceu a dificuldade de ter o confronto com o Inter tão próximo da viagem para Quito.
— Contra o Inter teremos erros e acertos e o ideal seria ter uma semana para preparar a equipe para iniciar um confronto tão importante como o contra o Del Valle. Infelizmente, não temos tempo para isso. Teremos de atropelar as datas e buscar fazer com que os atletas rendam o máximo possível em ambos compromissos — projetou.
Se na parte física o Gre-Nal traz um dilema para o Grêmio, o clássico pode ter um aspecto mental positivo para o elenco. O psicólogo do esporte Cassiano Pires ressalta que, independentemente do resultado, o fato de ter um jogo de alto nível antes da Libertadores será bom para o elenco se ambientar a um ritmo de decisão antes do duelo com o Del Valle.
— Apresentar para a equipe titular um jogo de alto nível de pressão e cobrança antes da Libertadores é positivo. Primeiro porque os jogadores voltarão a ter aquele clima de decisão depois de um período de férias. Também por não se tratar de um jogo decisivo. Por mais que seja um Gre-Nal, o compromisso mais importante do Grêmio é a Libertadores. Se perder, não vai haver um prejuízo tão grande e os jogadores terão passado por essa partida de alto nível. Se vencer, será mais positivo ainda porque aumentará a confiança — avalia.
Representante da torcida gremista no Sala de Redação, o comunicador Alex Bagé ressalta que o Grêmio deve encarar o Gre-Nal como uma oportunidade de atrapalhar o início do trabalho de Miguel Ángel Ramírez em caso de vitória tricolor.
— É importante recuperar a hegemonia do clássico. Esses mais de dois anos de invencibilidade que o Grêmio manteve serviram também como chancela para o trabalho do Renato. Se ganhar o Gre-Nal, o Grêmio joga areia no sorvete do Inter. É um trabalho novo e pode azedar essa relação da torcida com o Ramírez —analisa.