O Palmeiras do técnico Abel Ferreira conquistou, neste domingo (28), a vantagem para a decidir a Copa do Brasil no próprio estádio, no jogo da volta. A vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio foi a partida de número 78 da temporada do clube paulista. Na entrevista coletiva, o treinador português voltou a comentar a intensa rotina de jogos de exigência física que se reflete em lesões. Em tom mais positivo, enalteceu a atuação da defesa no duelo com Renato.
— Foram duas grandes equipes que se enfrentaram. Neste momento estamos em vantagem, mas temos que continuar em alerta porque não garante nada — ponderou Abel Ferreira:
— Na minha opinião, entramos muito bem no jogo, já criando perigo desde o primeiro lance. O Grêmio também deu resposta, procurou atacar com a qualidade que tem.
O gol da vitória foi marcado por Gustavo Gómez, zagueiro paraguaio de 1m86cm de altura, que encontrou na linha da pequena área gremista o espaço que precisava para cabecear e balançar as redes, ainda no primeiro tempo. Além da função ofensiva, as tarefas de marcação e saída de bola também são valorizadas pelo técnico.
— Olho para a defesa como os pilares de uma casa. Para podermos mostrar nosso jogo ofensivo precisamos estar equilibrados e defender. Atacamos defendendo e defendemos atacando. Essa é nossa forma de encarar os dois momentos do jogo — comentou.
Sobre as peculiaridades do futebol brasileiro, foi além da crítica ao calendário apertado. Abel elogiou o grupo e defendeu o volante Zé Rafael, que teve lesão no tornozelo em novembro e voltou a atuar na semana antes da decisão.
— As pessoas pensam que é fácil chegar aqui. É muito difícil. Temos que lembrar do surto de covid, da grave lesão do Felipe Melo, da decisão do Ramires de deixar o grupo, quando o Zé Rafael foi um dos mais massacrados. Contra todas dificuldades estamos juntos, somos um, este espírito que queremos: enquanto tivermos bola, qualidade e coragem, jogar, quando não tivermos, organização e vigor, porque assim que vejo o futebol — enalteceu Abel.
Para a volta, um empate basta para que o técnico português seja o primeiro estrangeiro a conquistar Libertadores e Copa do Brasil. A cautela na entrevista coletiva contrasta com a postura dentro de campo, onde Abel gesticula e chama atenção da equipe de arbitragem desde os primeiros momentos de jogo.
— Ganhamos um jogo, nada mais — resumiu, lembrando da reta final da temporada da pandemia: — Perdemos o Mundial e fomos crucificados, éramos os piores do mundo, depois de ganhar a Libertadores e sermos apontados como os melhores do mundo. Não vivo minha vida assim. Gosto de que me critiquem com competência e crescimento, e temos que olhar quando isso acontece porque não sabemos tudo. Estou aprendendo muito no futebol brasileiro, estou melhorando.
O Palmeiras de Abel joga por um empate para ser tri-campeão da Copa do Brasil na Arena Palmeiras, no próximo domingo (7). Não contará com o zagueiro Luan, que foi expulso por cotovelada em Diego Souza.