Após uma vitória por 3 a 1 no jogo de ida, no Olímpico, o Grêmio venceu a segunda Libertadores de sua história na noite do dia 30 de agosto de 1995 ao empatar em 1 a 1 com o Atlético Nacional, na Colômbia. A decisão contra os colombianos foi marcante, mas para um dos personagens mais importantes à época, o meia Carlos Miguel, os duelos contra o Palmeiras, pelas quartas de final da competição, foram decisivos para a conquista.
— É difícil definir o momento, mas eu vejo que o time realmente correu para o título, sem dúvida, nos dois jogos contra o Palmeiras, pelas quartas de final. Nós sabíamos que dali sairia o campeão da Libertadores. Mesmo tendo o River Plate e o Atlético Nacional do outro lado, pela confiança e qualidade das equipes, o campeão sairia dali. Jogamos contra tudo e contra todos. Éramos odiados por todo o Brasil. Éramos conhecidos por ser um time que só sabia bater, mas nosso time tinha muita qualidade — relembra.
O elenco comandado por Luiz Felipe Scolari era formado tanto por jogadores experientes quanto por atletas formados na base tricolor. Para Carlos Miguel, essa mescla foi importante nos títulos conquistados pelo Grêmio na década de 1990.
— A amizade era o diferencial. A mescla dos jogadores mais experientes com os mais novos foi essencial. Eu já tinha alguma experiência, mas ainda era muito novo. O Arílson, o Danrlei, o Roger, todos tiveram um crescimento fora do comum. Os mais experientes acrescentaram muito e deram a tranquilidade para nós trabalharmos. Existia um respeito muito grande. Esse conjunto todo só podia dar no que deu, com os inúmeros títulos que conquistamos — contou.
Revelado pelo Grêmio em 1992, Carlos Miguel começou a ter destaque justamente com a chegada de Felipão, em 1993. O rendimento no clube gaúcho lhe rendeu uma transferência para o Sporting, de Portugal, em 1997. Em 2001, o jogador foi convocado pela Seleção Brasileira para a disputa da Copa das Confederações. O ídolo gremista destaca a importância do ex-comandante no desenvolvimento de sua carreira.
— Eu tive o privilégio de trabalhar com ele desde 1993. Ganhamos a Copa do Brasil em 1994. Sempre foi uma relação muito aberta e franca. O Felipão fala o que pensa e a verdade. Ele abre o coração, e até por isso teve sucesso em todos os lugares por onde passou. Ele tratava todo mundo de forma igual e me ajudou bastante. Eu agradeço tudo o que o Felipão fez por mim. Através dele eu fui ser o grande jogador que fui. Não tenho palavras para definir o Felipão na minha carreira — finalizou.