Escalado para iniciar o jogo neste domingo (8), Diego Tardelli levou apenas 18 minutos para abrir o placar na goleada de 4 a 1 sobre o Cruzeiro, na Arena Independência, em Belo Horizonte. Justo ele, que sequer foi alternativa no segundo tempo contra o Athletico-PR, pela Copa do Brasil, na semana passada. Mas a atuação do experiente atacante vai além do gol de letra marcado em Fábio e pode acrescentar ao Grêmio características bem diferentes às de André — que tem sido o titular em 2019.
Movimentação
Embora tenha herdado a camisa 9 de Jael, Tardelli não é propriamente um jogador de área. Foi isso o que evidenciou a 18ª rodada do Brasileirão. No momento do gol, ele estava postado entre os zagueiros, à espera do cruzamento rasteiro de Galhardo. Mas aquele foi o lugar menos ocupado por ele ao longo dos 72 minutos em que esteve em campo.
Conforme evidencia o mapa de calor elaborado pelo Footstats, o atacante abandonou a área inúmeras vezes, aparecendo bem mais pelo lado esquerdo do ataque ou até combinando jogadas com os meias. O que comprova essa nova movimentação é a estatística de interação de passes. Os jogadores que mais interagiram com Tardelli foram o volante Matheus Henrique (seis passes) e o lateral-esquerdo Bruno Cortez (cinco).
Para se ter um comparativo, no último jogo em que o Tricolor usou titulares no Brasileirão, no empate em 3 a 3 com a Chapecoense, na Arena, André limitou sua zona de atuação à grande área. Lá, dependia dos passes do meia Jean Pyerre (quatro) ou dos cruzamentos de Leonardo Gomes (dois).
Maior participação no jogo
O único quesito em que os dois têm semelhanças é no número de finalizações: uma para cada lado. Ainda assim, ao contrário de Tardelli, André não balançou as redes.
Nos demais levantamentos, o camisa 9 mostra uma participação muito maior no jogo coletivo. Contra o Cruzeiro, ele foi o sétimo jogador do Grêmio que mais trocou passes (27 certos). Já André, diante da Chapecoense, foi o 11º do time no mesmo quesito, com apenas nove passes certos. Ao mesmo tempo, Tardelli deu dois dribles e perdeu a posse da bola apenas uma vez. Enquanto isso, André não executou nenhum drible, mas teve a bola roubada em sete oportunidades.
Enfim, Tardelli faz o Grêmio viver uma experiência semelhante àquela obtida em 2016, quando Luan atuou como falso 9 e ajudou o time de Renato Portaluppi a conquistar a Copa do Brasil.