O Grêmio prepara Luan para 2019. O melhor jogador da América na temporada passada só voltará a atuar neste Brasileirão em caso de extrema necessidade. O tratamento para a sua fascite plantar adquiriu novos rumos a partir de uma consulta feita ao ortopedista João Francisco Corrêa, integrante do Grupo do Pé do Hospital Mãe de Deus. E prevê pelo menos mais uma semana de fisioterapia, prazo estimado para que o jogador realize as primeiras atividades de campo.
Como, a partir de então, restará apenas um jogo para o encerramento do campeonato, Luan só atuaria contra o Corinthians em caráter emergencial. Se o time, por exemplo, dependesse de seus gols para se garantir no G-4 e, com isso, obter vaga direta na próxima Libertadores. O mais provável, portanto, é que o atacante só volte a jogar no próximo ano.
— O que queremos é que ele realmente fique curado. Se precisar parar em definitivo neste ano, ele irá parar. Com isso, estará inteiro na pré-temporada — deixa claro o médico Paulo Rabaldo, coordenador do DM do Grêmio.
Junto a seu colega de clube Márcio Dornelles, Rabaldo consultou mais de um especialista antes de dar início ao tratamento atual. Decidiu-se, por fim, que Luan seria levado ao Mãe de Deus para ser examinado por João Francisco Corrêa.
Por ser considerada muito invasiva, a cirurgia foi descartada. Além de exigir uma demorada recuperação, ela poderia levar a uma fibrose, gerando um excessivo desconforto para um atleta que precisa bater na bola diariamente. A opção foi por um tratamento conservador, com sessões de fisioterapia específicas para alongar a fáscia plantar e melhorar a circulação sanguínea da área dolorida.
— Pensamos também em ondas de choque, mas esta alternativa foi descartada porque o tratamento escolhido tem dado bons resultados — informa Rabaldo.
Fáscia plantar é a membrana que envolve a musculatura do pé. Inflamada, ela perde a elasticidade natural, provoca dores e limita os movimentos. No caso de Luan, ao ser completamente rompida, ela reduz o desconforto e retira a necessidade de cirurgia.
Uma detalhe anatômico atrapalha o atacante do Grêmio e faz com que a fascite o incomode desde 2014, no início de sua trajetória nos profissionais. Como seus pés são planos, ou chatos, em linguagem popular, ficam mais rentes ao solo, o que, no caso da fascite, provoca mais dores.
— É um trauma contínuo. A planta do pé é equivalente ao cotovelo do tenista ou o ombro do nadador — especifica Rabaldo.
Ao mesmo tempo, já não restam resquícios da lesão muscular que também impedia o atacante de entrar em campo, o que ocorreu pela última vez dia 14 de outubro, na derrota por 2 a 0 para o Palmeiras, no Pacaembu. A região afetada já se encontra cicatrizada. Quando, enfim, puder voltar a camisa do Grêmio, Luan já poderá projetar a sonhada sequência de jogos que lhe faltou em 2018 e reduziu o brilho da equipe.