Contra o Estudiantes, Renato Portaluppi, mais uma vez, escalou André no ataque. O centroavante passou em branco e Jael, que entrou em seu lugar, fez um bom jogo. Na lateral, o treinador optou por colocar Marcelo Oliveira, deixando Cortez no banco.
Os colunistas de GaúchaZH opinam se as decisões do treinador do Grêmio foram acertadas.
Luís Henrique Benfica
Não. No caso de André, fica mais evidente, a cada jogo, que Jael é muito mais útil para o time. Incomoda mais os zagueiros adversários, cria maiores espaços para os avanços de Luan e sua eficiência também é superior. Quanto a Marcelo Oliveira, sua escalação parece decorrer muito mais de uma questão interna do que técnica. Bruno Cortez, longe de ser um craque, ao menos oferece mais segurança defensiva e tem chegada mais frequente ao apoio.
Pedro Ernesto Denardin
Não gosto da produção individual de Cortez. Mesmo que chegue na linha de fundo, seus cruzamentos repetem uma rotina de inconsequência. Na marcação, melhora bastante, mas é um lateral incompleto. Marcelo Oliveira tem dois problemas. Sua condição técnica nunca foi um primor, mas cumpria bem a função. Só que, além disso, o jogador não está bem fisicamente. Neste momento, Cortez deveria ser o titular. Já André, que foi um dos grandes investimentos do clube, não tem dado resposta. Com ele em campo, temos a sensação de que o time joga com 10. Jael é limitado, mas consegue ser produtivo, marca gols e incomoda os zagueiros.
Eduardo Gabardo
O estilo de Renato sempre foi de dar tempo para o jogador conseguir se firmar. E é o que está acontecendo com André. Na teoria, André é mais jogador do que Jael. Só que na prática, isto não está se confirmando. Se continuar deste jeito, a troca de titular obrigatoriamente terá que ser feita. Na minha opinião, já poderia ser efetivada contra o Flamengo, na semana que vem. Sobre a lateral-esquerda, Bruno Cortez virar reserva é uma injustiça. Ele vinha bem, e Marcelo Oliveira, mesmo sendo um líder do grupo, não fez o suficiente para merecer voltar ao time.
Luiz Zini Pires
Técnicos precisam ouvir, mesmo vencedores, como Renato. Marcelo Oliveira no lugar de Cortez afeta o time do Grêmio e o humor da torcida. Cortez anima o time. Fortalece a defensa e abastece o ataque. A titularidade do primeiro está na conta das invenções do treinador. Jael e André, somados, disputaram 65 partidas com a camisa tricolor. Marcaram oito gols. São números insuficientes quando se fala em centroavantes. O Grêmio merece mais, mas, na disputa entre os dois, Jael, de poucos gols, dá outra vida ao ataque.
Cléber Grabauska
André é mais jogador que Jael. Mas o produto final do reserva é melhor que o do titular. Entendo e concordo com a ideia de Renato de dar sequência e confiança a André, mas o Grêmio não pode esperar indeterminadamente que o centroavante que foi contratado para ser a solução do ataque desencante. O time está decidindo o futuro da temporada agora, em agosto, e atualmente, o momento é de Jael. Por isso, ele deve ser titular. Além disso, Jael tem um envolvimento muito maior no jogo. Ele entendeu como o time joga e contribuiu, nem tanto com gols, mas fazendo assistência, tabelas e segurando os zagueiros adversários. André parece estar alheio à maneira como o Grêmio joga e participa muito pouco. Ele até melhorou em relação ao pré-Copa, mas continua sendo insuficiente. Quanto à lateral-esquerda, mesmo que Cortez não seja um extra-classe, ele é um jogador competente, com vigor físico, fôlego e sempre se apresenta para o jogo. Dá fluidez ao lado esquerdo do time e se entende muito bem com Everton. Marcelo Oliveira me parece um jogador à caminho do descarte. Já viveu bons momentos, mas hoje já não tem mais condições de ser o titular da posição. Tanto que o Grêmio já buscou Juninho Capixaba pensando num futuro aproveitamento de Marcelo Oliveira como zagueiro.