Já é quase uma "maldição" que atordoa os torcedores e dirigentes dos clubes vencedores. Ao se verem campeões, já podem preparar o tradicional desmanche do time.
O Inter, em 2006, conquistou a primeira Libertadores da sua história. Uma semana depois, Bolívar foi vendido ao Mônaco, da França, Tinga foi para ao futebol alemão defender o Borussia Dortmund e Jorge Wagner e Rafael Sobis rumaram para o Betis, da Espanha.
Dos atletas que conquistaram a América pelo Atlético Nacional de Medellín em 2016, apenas cinco seguiram na equipe colombiana no ano passado. Dos outros seis titulares, metade veio parar no Brasil. O meia Guerra e o atacante Borja reforçaram o Palmeiras. O atacante Berrío foi parar no Flamengo. Também saíram o zagueiro Davinson Sánchez, o volante Mejía e o atacante Marlos Moreno.
O Novo Hamburgo campeão gaúcho, o Corinthians campeão brasileiro de 2015, o Cruzeiro bi do Brasileirão em 2013 e 2014. Enfim, é possível lembrar de vários exemplos iguais a estes. Mas também há os casos em que o grupo é preservado. O Grêmio é um deles. Foi campeão da Copa do Brasil em 2016 e vendeu apenas Walace.
A manutenção do grupo deu certo e resultou no tri da Libertadores. Algumas peças do time mudaram, é verdade, mas a base foi mantida. Maicon e Douglas se lesionaram, Arthur surgiu, Luan foi recuado, Marcelo Oliveira perdeu a posição para Cortez e Barrios entrou no time.
Para a temporada que está se iniciando, até agora, Edilson, Fernandinho e Barrios já seguiram seus rumos. Aparentemente, serão os únicos. Dos três, a única ausência que realmente será sentida é a de Edilson. Mas convenhamos, a estrutura de um bom time não começa pela lateral-direita.
Alguns dizem que o craque do time é Luan, outros Arthur, ou ainda a dupla de zaga formada por Geromel e Kannemann. E há quem acredite que o grande nome do Grêmio é Renato Portaluppi. E esse, que apesar do assédio do Flamengo, acredita que pode tirar mais desse grupo.
A permanência da comissão técnica é um indicativo de que ainda é possível ir mais longe. Buscando reforços pontuais e mantendo a corda esticada, o "ciclo virtuoso" pode fincar de vez os pés na Arena. E uma coisa é óbvia, entrar em um time encaixado é bem mais fácil. Foi assim com Arthur, pode ser assim com Thaciano, Paulo Miranda, Patrick, Jean Pyerre, Pepê e tantos jovens que buscam seu espaço.